O Secretário Geral do  SINPPENAL , Vanderlei Rosa Júnior e o Tesoureiro Alancarlo Fernetti, visitaram na segunda-feira (24/06) o CPP de Porto Feliz, onde relataram uma tentativa de fuga frustrada no último domingo (23/06). A ação foi evitada graças à pronta intervenção da diretoria da unidade e ao comprometimento dos policiais penais, que atuaram mesmo em folga para garantir a segurança do local.  

Detalhes da Ocorrência

A tentativa de fuga ocorreu após o término das visitas, quando presos do regime semiaberto que não haviam sido beneficiados com saída temporária foram realocados para um pavilhão específico, medida que permitiu maior controle e evitou a evasão. O diretor de disciplina identificou a movimentação suspeita e agiu rapidamente e logo em seguida acionou o GIR (Grupo de Intervenção Rápida) para revistar o pavilhão. 

Como resultado as lideranças negativas foram transferidos para outras unidades.  

E os presos envolvidos tiveram o regime regredido para fechado.

 

Déficit Funcional e Abnegação dos Servidores  

A unidade projetada para abrigar 1080 detentos, conta hoje com uma população de 1437 ,sendo que 1.000 realizam trabalho externo, enfrenta os mesmos desafios de outras no estado, a falta de pessoal e sobrecarga de trabalho, segundo dados do CNJ de maio deste ano, a unidade tinha apenas 125 Policiais. Mesmo assim, os Policiais Penais demonstraram dedicação exemplar – no domingo, atendendo ao chamado do diretor, servidores em folga se deslocaram para apoiar as operações. "Isso mostra a abnegação da categoria", destacou Fernetti.  

 

Problemas Estruturais e Jurídicos

Durante a visita, os diretores do SINPPENAL identificaram outras questões críticas, devido ao trabalho externo a unidade movimenta R$ 1 milhão/mês em remuneração de presos, isso faz com que ocorra uma incidência de tentativa de tráfico, de movimentação de entorpecentes.

Presos ingerem entorpecentes para burlar a fiscalização,uma vez constatado de que o preso ingeriu a droga através do scanner, há uma dificuldade na questão de encaminhamento dos mesmos para o hospital e posteriormente para a delegacia, porém devido a falta de efetivo nem sempre é possível encaminhar todos os infratores ao mesmo tempo caso o invólucro com a droga venha a se romper existe a possibilidade de morte do preso o que gera uma séria consequência jurídica para os Policiais Penais e para o Estado.

Faltam protocolos claros para o encaminhamento médico e posteriormente à Polícia Civil de forma a proteger o Policial, o Estado e a vida dos infratores. 

Parte do problema é a falta de Policiais Penais habilitados na categoria D (necessária para dirigir veículos de transporte de presos), o que limita operações.

Outros Problemas

A unidade, hoje com alambrado, terá uma muralha construída em breve, o que deve reduzir tentativas de fuga durante as "saidinhas". Atualmente cerca de 500 presos não saem nessas saídas, gerando tensão interna.  

A supressão de cargos estratégicos, como os de educação e trabalho, agravou a gestão da unidade que tem intensa demanda nessa área "Precisamos reverter esses cortes e garantir condições dignas de trabalho", afirmou Vanderlei Rosa Júnior.  

 

A supressão de cargos estratégicos, como os de **educação e trabalho**, agravou a gestão da unidade, que movimenta cerca de **R$ 1 milhão/mês** em remuneração de presos. "Precisamos reverter esses cortes e garantir condições dignas de trabalho", afirmou Vanderlei Rosa Júnior.  “Trabalhei anos em unidades de semiaberto, conheço de perto a dura realidade enfrentada por estes policiais e afirmo que são verdadeiros herois.” completou o sindicalista.  

 

Próximos Passos  

O SINPPENAL levará as demandas ao Diretor-Geral da Polícia Penal e tentará articular soluções, como:  

- Regulamentação de procedimentos para casos de drogas.

- Negociação de cursos de habilitação com o Estado.   

- Continuidade da pressão  por concursos públicos para reduzir o déficit de servidores.  

"A unidade de Porto Feliz é um espelho dos desafios do sistema prisional paulista. Vamos lutar por melhorias, mas também reconhecer a coragem dos colegas que, mesmo com poucos recursos, evitam tragédias", concluiu Alancarlo Fernetti.