Detentos chegaram a acessar a área externa, mas acabaram avistados por servidores e foram capturados a dois quilômetros de distância. Policiais penais denunciam ao SIFUSPESP falta de critério da diretoria para uso de mão de obra de presos em caso registrado no último domingo (13), já que criminosos respondem a crimes graves e, mesmo assim, trabalhavam na cozinha da unidade, que teve parede quebrada

 

por Giovanni Giocondo

Policiais penais conseguiram impedir que dois presos fugissem do Centro de Detenção Provisória(CDP) de Bauru, no último domingo (13). De acordo com os relatos dos servidores, os sentenciados envolvidos na ocorrência trabalhavam na cozinha da unidade prisional, e teriam quebrado a parede da despensa para acessar a garagem externa.

De lá, eles entraram em um matagal, mas foram avistados por um policial penal que alertou os colegas e pediu reforço, partindo então no encalço dos presos. Ambos foram encontrados e capturados quando já estavam próximos a uma rodovia, cerca de dois quilômetros distante do CDP.

 

Servidores denunciam ao SIFUSPESP falta de critério na seleção de presos para o trabalho, que pode ter levado a fuga

Os servidores do setor de segurança e vigilância afirmam que a tentativa de fuga possui relação direta com a falta de critério da diretoria da unidade em selecionar os presos aptos a trabalhar no local onde foi aberto o buraco. Um dos sentenciados envolvidos na ocorrência foi preso sob acusação de duplo homicídio, e o outro por feminicídio.

Ainda conforme os relatos dos policiais penais, um dos detentos inclusive teria levado uma faca consigo quando fugiu, e o outro antes mesmo de trabalhar na cozinha participou do serviço de obras do espaço, por possuir experiência como pedreiro.

Indignados com o caso, os trabalhadores denunciam os riscos para o corpo funcional e para a população do entorno, em virtude da utilização da mão de obra de criminosos de alta periculosidade e que respondem na Justiça por crimes graves em um local tão perigoso como a cozinha da unidade.

Foi aberto um procedimento apuratório interno para investigar o caso, enquanto os sentenciados serão mantidos em isolamento no pavilhão disciplinar em razão da falta cometida. Apesar disso, os policiais penais dizem que a diretoria não tem se valido da  chamada “cela de seguro” como destino de presos envolvidos em situações semelhantes.

O buraco aberto na cozinha foi tapado pelos funcionários, enquanto a Polícia Técnico-Científica compareceu ao local para fazer a perícia e verificar qual a causa e os instrumentos utilizados na tentativa de fuga.