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Contando com os dependentes, cerca de 100 mil pessoas estão sem atendimento pelo Iamspe na região

 

Queira ou não, todo servidor público do estado de São Paulo tem mensalmente descontado da sua folha de pagamento 2% destinados ao Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual – IAMSPE. Os recursos oriundos dessa contribuição são gigantescos, mas não dão conta de pagar as despesas (ainda maiores) e muito menos investir na melhoria do atendimento. Resultado: o atendimento médico do Iamspe deixa muito a desejar, e não atende a todos os servidores e nem em todos os municípios paulistas.

A situação é revoltante. Há anos as entidades que participam como gestoras do Iamspe, como os conselhos municipais, pregam que o governo precisa investir mais no instituto para que ele possa efetivamente atender a todos que contribuem mensalmente para ter assistência médica. O governo não cede.

Os sindicatos cobram que o governo aumente a sua participação financeira no instituto, ao menos se equivalendo à contribuição imposta aos servidores (por mês, 2% do salário de cada servidor estadual). Em números: os servidores pagam anualmente R$ 650 milhões ao Iamspe enquanto o governo participa com R$ 100 milhões. Hoje só tem rede conveniada em 200 dos 645 municípios paulistas.

SOROCABA

Essa difícil realidade pode ser demonstrada pelo que está acontecendo na região de Sorocaba. A Santa Casa concentrava quase todos os atendimentos médicos do Iamspe na região, mas o hospital teve sérios problemas financeiros e administrativos, e então o governo fez uma intervenção e tomou o controle da gestão. Para piorar, o outro hospital que realizava atendimento, o Samaritano, deixou de atender sem dar explicação.

O resultado é que cerca de 100 mil pessoas (servidores e seus dependentes) estão sem atendimento médico na região, tendo que ir para São Paulo resolver seus problemas de saúde. No entanto, continuam contribuindo com os 2% para a manutenção do instituto.

No caso de Sorocaba, a Apeoesp acionou o Ministério Público para que tome providências. Com base no Código de Defesa do Consumidor, a entidade exige que o Iamspe realize o atendimento médico na região o mais rápido possível, e lembra que esse descumprimento pode gerar ações por danos morais e materiais.