Por Marc Souza - agente de segurança penitenciária, diretor de base do Sifuspesp e escritor
É interessante como o assunto "caos no sistema prisional", vez ou outra vem à tona. Sempre após grandes tragédias no interior dos presídios no país.
De repente este assunto toma conta dos grandes jornais, programas de TV, revistas, e claro, nas rodas de amigos.
Neste momento, políticos, juízes, delegados, promotores, defensores públicos, todos vem a público,explanar sobre a fragilidade de um sistema, dito, falido e prometem tomar atitudes essenciais para mudar a situação precária das prisões.
Fazem intermináveis reuniões, prometem racionalização, modernização e investimentos no sistema, mas, dias depois...
O caos penitenciário é algo visto aos olhos nus.
Afinal, não é de hoje que as prisões estão superlotadas, não é de hoje que presos são jogados para trás das fortes muralhas de concretos para viverem amontoados em celas totalmente insalubres sendo sujeitos a todo tipo de doenças infecciosas ou não.
Não é de hoje que as políticas voltadas ao sistema prisional do país são inertes, incapazes de mudar um mínimo que seja das condições deste sistema.
O Sistema Prisional no Brasil há muito tempo tornou-se um depósito de gente, pessoas abandonadas à própria sorte, sobrevivendo de migalhas e promessas nunca cumpridas. Vítimas de projetos obsoletos, políticos, criados às pressas para simplesmente se justificarem junto à sociedade.
E estas vítimas não são somente os sentenciados. Os funcionários do sistema prisional, há muito tempo, estão sujeitos a todas estas mazelas do Estado.
Se de um lado há a superpopulação carcerária, do outro há o déficit funcional.
Se de um lado há sentenciados vivendo em condições subumanas, amontoados no interior das celas das prisões sujeitos a doenças de todo tipo, do outro há funcionários tendo que conviver com estas mesmas situações e também adoecendo a cada dia que passa.
O caos no sistema prisional, que vez ou outra, vem a público de forma mais incisiva, não poupa ninguém. Apesar de aparecer somente após as tragédias no interior das unidades prisionais tal, não é exclusividade do indivíduo preso, mas também faz parte da vida de muitos profissionais. Profissionais, que, escondidos atrás das grandes muralhas de concreto, passam despercebidos, mas que sofrem com o descaso do governo.
Profissionais que não são só vítimas do Estado, mas que também, encontram na população carcerária seus algozes, pois, são o elo de ligação entre a população carcerária e o governo, são a pessoa do Estado mais próxima, o seu representante legal, sendo portanto, muitas vezes considerados moeda de troca entre sentenciados e Estado. E diante disso são ameaçados, agredidos, humilhados, quando não, assassinados.
Vítimas de um sistema que não perdoa ninguém, mas que só vêm à tona quando salta os muros da prisão. Para começar tudo de novo... O caos... Os debates... As promessas... Em um círculo interminável de descaso e desrespeito para com a vida humana.
É interessante como o assunto Caos no sistema prisional, vez ou outra vem à tona. Sempre após grandes tragédias no interior dos presídios no país.
De repente este assunto toma conta dos grandes jornais, programas de TV, revistas, e claro, nas rodas de amigos.
Neste momento, políticos, juízes, delegados, promotores, defensores públicos, todos vem a público,explanar sobre a fragilidade de um sistema, dito, falido e prometem tomar atitudes essenciais para mudar a situação precária das prisões.
Fazem intermináveis reuniões, prometem racionalização, modernização e investimentos no sistema, mas, dias depois...
O caos penitenciário é algo visto aos olhos nus.
Afinal, não é de hoje que as prisões estão superlotadas, não é de hoje que presos são jogados para trás das fortes muralhas de concretos para viverem amontoados em celas totalmente insalubres sendo sujeitos a todo tipo de doenças infecciosas ou não.
Não é de hoje que as políticas voltadas ao sistema prisional do país são inertes, incapazes de mudar um mínimo que seja das condições deste sistema.
O Sistema Prisional no Brasil há muito tempo tornou-se um depósito de gente, pessoas abandonadas à própria sorte, sobrevivendo de migalhas e promessas nunca cumpridas. Vítimas de projetos obsoletos, políticos, criados às pressas para simplesmente se justificarem junto à sociedade.
E estas vítimas não são somente os sentenciados. Os funcionários do sistema prisional, há muito tempo, estão sujeitos a todas estas mazelas do Estado.
Se de um lado há a superpopulação carcerária, do outro há o déficit funcional.
Se de um lado há sentenciados vivendo em condições subumanas, amontoados no interior das celas das prisões sujeitos a doenças de todo tipo, do outro há funcionários tendo que conviver com estas mesmas situações e também adoecendo a cada dia que passa.
O caos no sistema prisional, que vez ou outra, vem a público de forma mais incisiva, não poupa ninguém. Apesar de aparecer somente após as tragédias no interior das unidades prisionais tal, não é exclusividade do indivíduo preso, mas também faz parte da vida de muitos profissionais. Profissionais, que, escondidos atrás das grandes muralhas de concreto, passam despercebidos, mas que sofrem com o descaso do governo.
Profissionais que não são só vítimas do Estado, mas que também, encontram na população carcerária seus algozes, pois, são o elo de ligação entre a população carcerária e o governo, são a pessoa do Estado mais próxima, o seu representante legal, sendo portanto, muitas vezes considerados moeda de troca entre sentenciados e Estado. E diante disso são ameaçados, agredidos, humilhados, quando não, assassinados.
Vítimas de um sistema que não perdoa ninguém, mas que só vêm à tona quando salta os muros da prisão. Para começar tudo de novo... O caos... Os debates... As promessas... Em um círculo interminável de descaso e desrespeito para com a vida humana.