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De dezembro até hoje, o sistema prisional paulista vem enfrentando um registro anormal de motins, rebeliões e tentativas de fuga com agressão a servidores. A superlotação carcerária sem dúvida é um ingrediente estimulador para esse tipo de movimento, mas não é só isso: os presos já detectaram as falhas de segurança nas unidades por conta da falta de funcionários, e estão tentando tirar proveito disso. Os servidores devem redobrar a atenção, e a SAP precisa agir com rapidez para evitar problemas mais graves.

O que aconteceu no CDP de São Vicente na semana passada retrata a necessidade urgente de solução de problemas há muito tempo denunciados pelos funcionários e pelo SIFUSPESP. A segurança nas unidades prisionais está fragilizada pelo déficit de funcionários aliado à superlotação carcerária. A situação é grave.

No CDP de São Vicente, os presos observaram que no horário de almoço poucos funcionários faziam a segurança. Um único funcionário foi abrir a cela em que haviam 9 presos no seguro; estes o dominaram e prenderam na cela, iniciando uma tentativa de fuga durante a qual ainda liberaram os presos do raio 1. Três dos nove fugitivos seguiram ao portão de acesso, entraram em confronto com dois ASPs e foram dominados após luta corporal, dando fim à tentativa de fuga.

Um dos funcionários que conseguiu dominar os fugitivos comentou: “o que fizemos não foi nenhum ato de heroísmo, só cumprimos nossa função. E tivemos muita sorte, graças a Deus, porque os presos não estavam armados. Se estivessem armados a coisa ia ficar pior, e eu não sei se estaria vivo hoje contando a história”.

No dia seguinte ao fato, o funcionário – que teve ferimentos no braço e nas costas – fez questão de voltar à unidade para dar início à sindicância que deverá resultar na transferência dos presos envolvidos no caso. Por enquanto, esses presos estão no castigo, isolados dos outros.

Com 26 anos de atividade como agente de segurança penitenciária, o funcionário conta que já foi feito de refém várias vezes, mas sobre esse último episódio ele tem certeza de uma coisa: “foi a falta de funcionários no horário de almoço que facilitou a tentativa de fuga”. Depois do que aconteceu, a direção geral da unidade retirou agentes de segurança que estavam atuando no setor administrativo para reforçar a segurança da unidade, aumentando o efetivo.

O Coordenador do SIFUSPESP da Baixada Santista, Carlos José, esteve na unidade após o ocorrido. Ele explicou que o CDP de São Vicente já está passando pelo processo de automação mas alertou: “a automação não é suficiente. A unidade precisa de mais funcionários de forma geral, mas principalmente para a área de segurança”.

 

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