As quatro entidades representativas dos servidores do sistema prisional paulista se reuniram hoje à noite para discutir a greve da categoria e a negociação salarial com o governo. Na reunião, realizada na capital paulista, foi deliberada a decisão de formar uma comissão de greve unificada, com objetivo de fortalecer a mobilização e garantir maior respaldo para os servidores em greve.
Estiveram presentes os presidentes do Sifuspesp João Rinaldo Machado, do Sindasp Daniel Grandolfo, e do Sindcop Gilson Pimentel, além de diretores e assessores das três entidades. O presidente do Sindespe não pôde comparecer, pois tinha compromisso previamente agendado. Formalizaram um acordo que prevê uma comissão de greve unificada integrada por três representantes de cada uma das quatro entidades.
Também foi deliberado que todos os presidentes participarão amanhã de um ato público na frente do Palácio dos Bandeirantes, evento que marca a primeira ação conjunta das entidades nesta greve. Decidiram, ainda, orientar os servidores no sentido de que quem não puder comparecer ao ato, marcado para começar às 10h, deverá se manter na frente das unidades protestando e dando prosseguimento à paralisação.
No encontro de hoje foi unânime a proposta de que as entidades se unam para o bem da categoria, que já está sendo bastante pressionada e ameaçada. Deixaram claro que a greve só será finalizada se o governo negociar as reivindicações dos servidores e se comprometer a retirar qualquer tipo de punição aos grevistas e às entidades. “Disso não abriremos mão”, garantiram os sindicalistas.
Outra novidade: quando o governo fizer a sua proposta, as entidades apresentarão à categoria e farão assembleias unificadas, cada uma na sede de origem da entidade. Ou seja, assim que o governo apresentar sua proposta serão realizadas apenas quatro assembleias: em São Paulo (a do SIFSUPESP), em Presidente Prudente (a do Sindasp), em Bauru (a do Sindcop), e em Campinas (Sindespe). A decisão da categoria nessas assembleias será soberana.
MUDANÇAS
Com o acordo firmado hoje a categoria terá mais segurança para manter a mobilização, que já atinge 80% do sistema prisional paulista. A intenção é conseguir chegar a 100% de paralisação, e que a greve prossiga firme até que o governo apresente uma proposta satisfatória e exclua qualquer possibilidade de punição para os grevistas.
A partir de agora, todas as decisões referentes à greve do sistema prisional paulista seguirão um mesmo rumo em todo o estado, dentro dos parâmetros legais. Questões como os serviços paralisados, o atendimento aos grevistas que possam estar sofrendo ameaças ou que já tenham sido punidos de qualquer forma, o tipo de mobilização, serão decididas pela comissão unificada e repassada de forma objetiva, uniformizando a mobilização e a comunicação com a categoria.
Um novo tempo se inicia para os servidores do sistema prisional. É hora de conquistarmos o que merecemos. A luta continua, só que mais forte e mais unida. E, tendo em vista a liminar concedida, que os comandos de greve estão sendo orientados a seguirem à risca a lei de greve.