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Não foi à toa que o CDP II de Guarulhos enfrentou uma rebelião no último dia 21. Com 2.450 presos e 7 agentes de segurança nos raios por plantão - além de outros problemas estruturais – o CDP II é um retrato do descaso governamental com o sistema prisional paulista. Ao seu lado, o CDP I enfrenta também diversos problemas estruturais, mas conta com boas iniciativas da direção geral que amenizam as dificuldades.

As duas unidades foram visitadas hoje por diretores do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional Paulista. Luiz da Silva Filho (Danone), Diretor de Saúde, esteve nos locais acompanhado de Ailton Temoteo, Coordenador Adjunto da Regional São Paulo, e de Angélica Lemos, Diretora de Base da Penitenciária Feminina da Capital. Conversaram com funcionários e a direção, e saíram impressionados com a discrepância entre as duas unidades.

Os dois CDPs enfrentam gravemente os problemas usuais das unidades prisionais paulistas – superlotação carcerária e déficit de funcionários. O CDP I, por exemplo, há sete anos não tem médico; são 43 ASPs a menos do que é determinado pelo quadro funcional, isso sem contar com funcionários que constam oficialmente no quadro mas que estão emprestados, licenciados, desviados de função. No CDP II há oficialmente déficit de 22 agentes.

“Os problemas são muitos em todas as unidades. Mas, comparando o CDP I com o CDP II de Guarulhos, nota-se com clareza as diferenças entre uma unidade bem administrada e outra mal administrada. Os dois presos que iniciaram a rebelião no CDP II de Guarulhos em 21 de janeiro são condenados, e no entanto estavam num Centro de Detenção Provisória. No CDP I, não há nenhum preso condenado. São detalhes como este que fazem a diferença”, comenta Luiz da Silva Filho.

“Não é que no CDP I de Guarulhos esteja tudo perfeito; não é isso. Há superlotação carcerária, déficit de servidores, racionamento de água, não tem HT para todos, não tem bebedouro e nem banheiro nas áreas de segurança (o banheiro fica na enfermaria), entre outras coisas. Mas há um cuidado por parte do diretor geral que conseguiu, por exemplo, inserir uma saída de emergência (corredor de fuga) para servidores na área dos raios. Nem isso o CDP II de Guarulhos tem. Na unidade II recentemente houve troca na direção geral. O novo diretor do CDP II assumiu dia 8 de janeiro e logo em seguida enfrentou uma rebelião. Esperamos que o novo diretor geral tenha vontade e condições de implantar algumas mudanças positivas para o servidor”, conclui Danone.

DESATIVAÇÃO

Durante a visita dos dirigentes sindicais, os funcionários tiveram oportunidade de relatar as dificuldades que enfrentam no dia a dia (assuntos que serão detalhados em matérias específicas a serem publicadas no site do sindicato amanhã). Os sindicalistas também se reuniram com os respectivos diretores geral.

“Anotamos todas as queixas dos funcionários e também dos diretores. Tivemos oportunidade de perceber também outras falhas. Agora vamos reunir tudo o que foi diagnosticado e cobrar soluções da SAP, através de ofícios que serão remetidos formalmente para a Coremetro e para o secretário Lourival Gomes”, comentou o Coordenador Adjunto da Regional São Paulo, Ailton Temoteo.

Ainda durante a visita, os sindicalistas receberam a informação de que há um projeto do governo estadual, em parceria com empresários, no sentido de desativar as quatro unidades prisionais de Guarulhos. Em troca, seriam construídas seis novas unidades na região de Itaquacetuba. Segundo as informações passadas, esse projeto já estaria inclusive formalizado.

 

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