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No último final de semana de agosto um fato lamentável ocorreu na PII de Serra Azul. Três funcionárias foram humilhadas pelos diretores da unidade por conta de um atraso na revista íntima das visitas. O atraso aconteceu não por falha das funcionárias, mas por que elas precisaram explicar às visitantes que a revista íntima havia sido retomada. O problema ocorreu no final de semana após a ordem arbitrária da SAP de suspender as revistas.

As três agentes não se calaram diante do assédio: foram à delegacia e prestaram boletim de ocorrência relatando os fatos.

Elas alegaram que as visitantes estavam reclamando da retomada das revistas, e elas tiveram que explicar várias vezes que a SAP tinha revogado a decisão de suspender a revista em cumprimento à lei. Por isso, o procedimento realmente atrasou.

Por volta das 10h30 o Diretor de Disciplina as chamou para a sala do Diretor Geral (que não estava presente). Lá, o diretor gritou com elas, afirmando que dois raios já estavam reclamando da demora na entrada das visitas, e que se algo acontecesse elas seriam responsabilizadas. O diretor não quis escutar a justificativa pelo atraso no procedimento, e as funcionárias voltaram ao posto.

Cerca de 15 minutos depois foram chamadas novamente à sala da Diretoria Geral, e desta vez estavam o diretor geral, o diretor de disciplina e o diretor de plantão. Antes mesmo de chegarem à sala foram abordadas pelo diretor geral que disse que era para elas fazerem o trabalho direito, que ali não tinha nenhum palhaço. As funcionárias retornaram ao posto.

Mais 20 minutos se passaram. Os diretores foram para a sala de revista íntima (nota: o local é de acesso exclusivo para mulheres) e ali mesmo, na frente de outros funcionários e das visitas, repreendeu as funcionárias de forma grosseira, de modo que as funcionárias se sentiram coagidas, humilhadas e até ameaçadas.

Os absurdos não acabaram. O diretor geral mandou que as três funcionárias saíssem posto e fossem trabalhar em outras atividades. Enquanto isso, liberou pessoalmente a entrada de visitas sem a devida revista, passando apenas pelo detector de metal. Quando o detector de metal apitou enquanto uma visita passava, a visita precisou tirar o sutiã na frente dos diretores, por baixo da camisa. Diante do fato, o diretor geral ordenou que as três funcionárias que ele havia retirado do local retornassem ao serviço. Todas as visitas entraram até as 12h55 – ou seja, dentro do horário previsto, apesar das interrupções no trabalho.

Não satisfeito, o diretor determinou que naquele dia não haveria intervalo para lanche para os funcionários que estivessem no setor de sacolas, e ainda permitiu que as visitas ficassem na unidade até as 17h (uma hora a mais do que o previsto).

As funcionárias informaram ainda que foi a primeira vez que aconteceu esse tipo de humilhação, mas há tempos se sentem pressionadas pela direção, de forma indireta. Alegaram também no BO que está faltando uma funcionária para fazer a revista, fato informado verbalmente à direção da unidade, que não tomou nenhuma providência para resolver esse déficit.

O SIFUSPESP entende o caso, conforme relatado em BO, como assédio moral. O servidor público não pode ser exposto a ordens arbitrárias, ameaças, xingamentos, ou a qualquer forma de humilhação. “Além do tratamento dado às funcionárias, foi relatado também outro erro da direção, pois liberou a entrada de visitas sem a revista íntima, conforme a denúncia feita. Tanto a humilhação quanto a entrada de visitas sem revista são fatos que precisam ser apurados”, explica Wellington Braga, Diretor do Departamento Jurídico do SIFUSPESP.

As três servidoras da PII de Serra Azul estão de parabéns pela iniciativa. Em caso de assédio, não se cale: denuncie.

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