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Como representante do Departamento de Mulheres do SIFUSPESP (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de Estado de São Paulo), tenho buscado formas de chamar a atenção das autoridades, SAP, DEPEN, sobre a condição feminina dentro do Sistema Prisional, sempre com o apoio da Junta Diretiva.

8 de Março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, tornou-se um marco para a luta das mulheres como um todo, e para nós não é diferente.

Ao longo dos anos, as mulheres vêm conquistando postos de trabalho antes ocupados por homens. E, por sua sensibilidade e habilidade, se superam a cada dia.

No sistema prisional este contingente de mulheres vem aumentado dia a dia, pois, infelizmente, é considerável o aumento de mulheres que entram para o mundo do crime, superlotando as poucas unidades prisionais existentes - umas até adaptadas para abrigá-las, a exemplo do CDP de Franco da Rocha. Outras tantas estão sendo construídas para suprir tal necessidade.

Gostaria de frisar que as ASPs femininas passam pelo mesmo concurso que os ASPs masculinos, pela mesma escola de preparação, e só divergem de funções específicas, como revistas, que só podem ser feitas por pessoas do mesmo sexo.

Nos presídios femininos elas representam o maior número no quadro funcional, pois nestes casos os homens só ocupam os postos que não estejam em contato direto com as reeducandas. Porém,  tanto nos presídios  masculinos como nos femininos, essas valorosas mulheres, em dia de visitas, são responsáveis por revistar 300, 400, 500 ou mais visitantes, uma vez que, em ambos, a predominância de mulheres visitantes é consideravelmente superior.

Conforme já discutido anteriormente, é estranho que não exista nenhuma estatística sobre a mulher trabalhadora do Sistema Prisional, fato este que levamos ao secretário da pasta e ao DEPEN. É preciso conhecer o perfil das trabalhadoras do sistema, como idade, estado civil, grau de instrução entre outros, para que possamos cobrar as políticas pertinentes para melhoria das condições de trabalho.

Mas hoje, 8 de março de 2012, Dia Internacional da Mulher, nos preparamos para uma homenagem às nossas valorosas trabalhadoras, e dentro de uma agenda de trabalho programada pela diretoria para visitar os presídios de Franco da Rocha, no CDP feminino estaríamos fazendo nossa homenagem singela e simbólica, representando todas as mulheres do sistema, não só entregando uma rosa, mas buscando dialogar com as funcionárias, verificar as condições de trabalho e  saber as dificuldades que as mesmas enfrentam no dia a dia,   pois esta é a atribuição de um sindicalista. Viajei quase 300 km, de Avaré a São Paulo, para ir a este encontro das funcionárias. E qual não foi minha surpresa quando os companheiros da diretoria me informaram que nossas visitas estavam proibidas, inclusive ao CDP feminino de Franco, isto é, teríamos que ficar na porta.

Sabemos que abordar um funcionário na saída é desumano, uma vez que depois de um plantão, todos querem correr para casa; muitos dependem de ônibus, mães estão desesperadas para encontrar seus filhos, enfim, não seria de bom alvitre.

DIANTE DESSA SITUAÇÃO, QUERO MANIFESTAR MINHA DECEPÇÃO E DIZER QUE A LUTA POR MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DAS FUNCIONÁRIAS DO SISTEMA VAI CONTINUAR, POIS SABEMOS QUE PARA COLHER UMA ROSA, É PRECISO ENFRENTAR OS ESPINHOS!

 

PARABÉNS A TODAS, TODOS OS DIAS!

 

Antonia de Angelis

Departamento de Mulheres

 

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