A proposta que o governo fez para a categoria na campanha salarial 2011 surpreendeu. Não que o índice de reajuste, de 15%, tenha sido excepcional – ele ainda é menor do que o índice reivindicado. A surpresa fica por conta do histórico de arrocho salarial do governo anterior do Alckmin, onde os reajustes aos servidores ficavam abaixo dos 10%.
Na opinião de João Rinaldo Machado, presidente do SIFUSPESP, o índice proposto pelo governo é “menos do que merecemos, pois não há aumento por valorização do servidor. Mas é mais do que esperávamos, tomando por base a política salarial da gestão anterior de Alckmin”.
A opinião do presidente do sindicato é compartilhada pelo diretor Gilberto Machado, que avalia a proposta como “aquém do que a categoria pede e merece”. Ele lembra que “a nossa pauta não se resume a índice de reajuste. Pedimos muito mais, como a reestruturação do plano de carreiras, que foi concedido agora para a polícia civil e não para a nossa categoria, o que significa que passa a ser uma bandeira pela qual continuaremos a lutar”.
O secretário-geral do sindicato, João Alfredo Oliveira, defende que o SIFUSPESP busque apoio parlamentar na ALESP para alterar pelo menos um dos itens da proposta: o reajuste deverá ser retroativo à data-base, 1º de março, e não a 1º de julho, como quer o governo sem nenhum fundamento. “A diretoria já decidiu que irá tomar todas as providências que tiverem ao nosso alcance para retroagir o aumento para a data-base”, afirmou o secretário.
A pauta salarial apresentada pelo SIFUSPESP ao governo na campanha salarial deste ano reivindicava que o menor salário pago aos agentes fosse equivalente ao valor do salário mínimo definido pelo DIEESE, R$2.223,00 (somando apenas salário-base mais RETP – sem ALE ou GAEV, ou insalubridade).