Agressão de Policial Penal em Araraquara expõe riscos da falta de efetivo
Um novo caso de violência contra um Policial Penal em Araraquara reacende o alerta sobre as condições de trabalho e segurança nas unidades prisionais paulistas. Na tarde desta segunda-feira (28), um detento de 46 anos — advogado e ex-policial militar — agrediu um Policial Penal com chutes e ofensas verbais ao ser conduzido à Sala de Estado-Maior da penitenciária, lesionando um de seus dedos. O episódio, registrado como lesão corporal, é mais um reflexo do cenário crítico provocado pelo deficit crônico de profissionais
O SINPPENAL reforça que a escassez de policiais que sobrecarrega os servidores e amplia os riscos de rebeliões, fugas e ataques a profissionais, com possíveis repercussões para a sociedade.
Um efetivo insuficiente significa menos controle, mais violência e o aumento da vulnerabilidade do sistema.
Deficit de Policiais Penais agrava segurança em unidades prisionais de SP; próximo concurso é insuficiente
O edital do próximo concurso público prevê a contratação de apenas 1.100 policiais penais, com ingresso estimado para 2027.
Esse número é uma gota no oceano. O deficit atual passa de 12 mil policiais, e a demora na posse inviabiliza qualquer solução a curto prazo, visto que aposentadorias, exonerações e mortes em um ano ultrapassam o número previsto de contratados.
Dados do SINPPENAL indicam que muitas unidades operam com menos da metade do efetivo necessário, obrigando servidores a cumprirem jornadas exaustivas e, não raro, atuarem sozinhos em situações de risco, como no caso de Araraquara.
"Se o governo não ampliar urgentemente o efetivo, os ataques a Policiais Penais e ocorrências disciplinares tendem a aumentar, colocando em risco não só os servidores, mas a população" Declarou Gilberto Antônio da Silva Vice-Presidente do SINPPENAL.
“Nossa cobrança por mais contratações além de melhores condições de trabalho, é um grito de alerta para a sociedade, o sistema está próximo ao colapso.” continuou o sindicalista.
Enquanto isso, o policial penal agredido aguarda a conclusão do inquérito, e o preso pode responder a novas sanções disciplinares.