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Mais uma vez veremos discursos bonitos e nenhuma ação estrutural!

 O assasinato do Delegado aposentado Ruy Ferraz Fontes, morto por homens armados de fuzil nesta segunda-feira 15 de setembro em Praia Grande mostra a face brutal do crime organizado, mas também o descaso crônico do Governo do Estado para com aqueles que dedicam suas vidas ao combate ao crime organizado.

Segundo informações do portal UOL, o Ex-delegado Geral da Polícia Civil não contava com nenhuma proteção do Governo do Estado, apesar de ter sido um dos grandes responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e no combate ao Primeiro Comando da Capital no estado.

Uma declaração do Promotor Lincoln Gakiya chama a atenção para essa questão: “Depois da sua aposentadoria, a partir de 2023, ele passou a não ter nenhuma proteção do estado. Me parece que uma autoridade que dedicou mais de 40 anos ao combate ao crime organizado deveria ter uma proteção do estado”.

Rui foi morto por sua atuação contra o crime organizado junto com nomes como 

Paulo Gilberto de Araújo, 54, o “Paulo Danone” Diretor do SIFUSPESP covardemente assassinado durante os ataques de 2006.

A falta de proteção e respaldo do estado a seus Policiais que se dedicam diuturnamente a garantir a segurança da população serve de estímulo às ações do crime organizado.

De um estado que nega armamento funcional aos Policiais Penais responsáveis por conter o crime organizado dentro das 182 unidades prisionais do estado, que não consegue sequer expedir a documentação de porte de arma PESSOAL dos Policiais Penais da ativa e aposentados e que pune com demissão Policiais Penais que em meio a ameaças portavam armas legalizadas, não se pode esperar proteção.

Cada sinal de descaso do Estado com a segurança de seus Policiais é visto pelo crime organizado como uma licença para matar.

Assim como a inação desse mesmo Estado em recompor o déficit funcional de suas Polícias, é interpretado pelo crime como uma licença para expandir os seus domínios.

Em tempos em que vemos a facção criminosa nascida no interior dos presídios paulistas expandir seus domínios para os escritórios sofisticados dos fundos de investimento da Faria Lima, cabe novamente o alerta.

Esse alerta já se torna cansativo, pois desde  1995 esta entidade sindical tem tentado alertar o governo primeiro do nascimento da facção, depois de seu fortalecimento e mais recentemente do risco representado pelo déficit crônico de Policiais Penais para enfrentá-la. 

Em todas as ocasiões anteriores os seguidos governos do Estado têm optado por desmerecer nossos alertas, esperamos que a trágica morte do Delegado Ruy Ferraz fontes sirva de alerta ao Governo Tarcísio de que não adiantam promessas, declarações bombásticas e operações midiáticas, o crime organizado se combate com estrutura, inteligência e condições de trabalho para os Policiais.

Por mais que a prisão ou morte dos culpados pelo crime satisfaça a sociedade, nada vai trazer a vida do Dr. Ruy, assim como centenas de policiais mortos pelo crime.

Ou o governo encara com seriedade a questão ou caminharemos para o caos.

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