De acordo com a SAP, presos simularam problema médico com colega de cela para tentar intimidar e fazer agentes de reféns, mas acabaram contidos
por Giovanni Giocondo
A ação do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) de Itirapina, em conjunto com a destreza de agentes de segurança penitenciária (ASPs), impediu que detentos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Piracicaba conseguissem ter sucesso em uma rebelião na tarde desta quinta-feira (12). O motim foi controlado no final do dia.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), os presos envolvidos no tumulto haviam solicitado atendimento médico para um companheiro de cela, que teria sofrido uma queda.
“Ao iniciar os procedimentos de retirada do preso do pavilhão, contudo, os agentes foram ameaçados pelos detentos, que tentaram fazê-los reféns. Como os funcionários conseguiram impedi-los, trancando o pavilhão, os detentos deram início a um tumulto, queimando colchões”, relata a nota oficial enviada ao SIFUSPESP.
Em fotos enviadas por servidores, é possível ver a fumaça que tomou conta da unidade enquanto durou a rebelião.
Ainda conforme a informação da SAP, o GIR conseguiu conter o tumulto e fazer, ao lado dos ASPs, uma revista em toda a unidade logo após o recolhimento dos presos. Conforme os procedimentos padrão, as visitas deste fim de semana estão suspensas. Uma apuração interna será feita para determinar os responsáveis pelo motim.
O presidente do sindicato, Fábio Jabá, esteve ontem pessoalmente no CDP para oferecer amparo aos servidores após mais um caso de violência que assola o sistema prisional paulista sob um quadro deficitário de funcionários e a continuidade da superlotação das unidades. Piracicaba não foge à regra, estando atualmente com uma população carcerária de 992 detentos, frente à capacidade para apenas 514.
“Com um número maior de funcionários para fazer a custódia e a disciplina dos presos, situações como essas seriam mais raras. Infelizmente, passamos por um ano de nova gestão na SAP e nenhuma nova nomeação foi feita. Enquanto não houver mais pessoal disponível para o trabalho, o risco seguirá alto para quem já trabalha”, ressalta Jabá.