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Traficantes haviam mantido usuário sob cárcere privado e o executariam nesta segunda-feira(21) na comunidade Parque dos Girassóis. Com criminosos distraídos, vítima conseguiu enviar localização via celular para um primo, que acionou policial penal do CDP II. Compartilhamento da informação entre forças de segurança foi fundamental para sucesso da operação. Ordem para execução teria partido de detento dentro de penitenciária, como tem sido praxe do chamado “Tribunal do Crime”

 

por Giovanni Giocondo

Com apoio das polícias civil e militar, policiais penais dos Centros de Detenção Provisória I e II de Osasco, na zona oeste de São Paulo, conseguiram libertar um usuário de drogas que seria morto por traficantes da comunidade Parque dos Girassóis, que também fica na cidade da região metropolitana da capital.

O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira(21), meia hora antes da execução do homem, que devia cerca de R$2 mil aos criminosos e estava jurado de morte. A ordem para o cumprimento da “sentença” teria partido de um detento que cumpre pena no sistema prisional paulista, em unidade ainda não identificada. 

Participaram da ação os agentes de segurança penitenciária(ASPs) Jota Alves e Alexandre Poleto, do CDP II, o também ASP Alex Scarpel e o oficial operacional Nunes, ambos do CDP I. A casa que servia de cativeiro foi localizada porque o usuário, apesar de revistado pelos traficantes, conseguiu esconder seu celular e enviou sua localização para um primo, que contatou um dos servidores do CDP II pedindo ajuda.

O policial penal Jotal Alves compartilhou a informação com os companheiros e com a Polícia Militar, que forneceu apoio tático e compareceu ao local com viaturas e reforço do efetivo. Os PMs encontraram o barraco onde a vítima era mantida em cárcere privado e prenderam dois homens que o vigiavam. O usuário foi libertado pelos policiais e depois de comparecer ao 10º distrito policial de Osasco, onde foi registrado o boletim de ocorrência, ele prestou depoimento e acabou liberado.

De acordo com os relatos obtidos pelo SIFUSPESP de forma exclusiva, antes de ser morto o usuário seria submetido a uma sessão de tortura, e a execução - com requintes de crueldade - seria filmada e enviada para o detento que deu a ordem a fim de comprovar sua autenticidade.

Esta tem sido uma prática comum dos chamados “Tribunais do Crime”, organizados por traficantes com o objetivo de punir usuários de drogas por dívidas e mesmo outros criminosos que tenham cometido faltas consideradas graves.

Para o presidente do sindicato, Fábio Jabá, “é dever do Estado manter a ordem e a segurança públicas, com a utilização de seus servidores para ações que visem a demonstrar que o crime não detém o monopólio da violência e não pode definir quem vive e quem morre com base em princípios estranhos ao que prevê a Justiça e a legislação em vigor”. “Por esse motivo, devemos apoiar iniciativas de bravura como esta de nossos companheiros. Se o usuário de drogas cometeu ou não um crime, e se deve pagar por isso, quem vai decidir é a Justiça, o Estado democrático de direito, e não os criminosos”, explica.

Confira a reportagem do programa "Brasil Urgente" sobre a ocorrência:

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