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Após surto na Sede II em São Paulo, que atingiu cinco pessoas, trabalhadores relatam que pasta perdeu prazo para exame e sequer tinha médico para encaminhar testes via IAMSPE. SIFUSPESP aponta descaso total com saúde dos servidores, que deveria ser prioridade, principalmente em meio à pandemia do coronavírus

 

por Giovanni Giocondo

Falhas graves cometidas pela Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) obrigaram servidores da Sede II da pasta a pagarem do próprio bolso testes rápidos para a detecção do coronavírus e podem ter colaborado para espalhar ainda mais a doença pelo sistema prisional. 

Na última terça-feira (08), o SIFUSPESP relatou um surto registrado na unidade, onde pelo menos quatro diretores técnicos e o coordenador de reintegração social contraíram COVID-19, e outro aguardava o resultado do exame.

A SAP cometeu equívocos inadmissíveis na adoção de protocolos sanitários para evitar que a doença se alastrasse. Apesar de todos eles terem sido afastados do trabalho presencial, outros servidores permaneceram atuando na sede.

De acordo com uma denúncia anônima encaminhada ao sindicato, os diretores doentes estavam na sede II na última sexta-feira (04). Em razão do surto, o Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (CQVIDASS) enviou uma enfermeira para monitorar diariamente possíveis sintomas da COVID-19 entre os demais funcionários.

A orientação oficial para os servidores que tiveram contato com os infectados era de, em caso de apresentação de sintomas gripais, fazer uma autodeclaração - válida por até 72 horas - o que permitiria o afastamento. 

Porém, o médico responsável por emitir a guia para que os servidores fizessem o exame de COVID-19 via Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (IAMSPE) não compareceu ao local, o que impediu a agilidade para que os testes fossem feitos, elevando o risco de contaminação de outras pessoas que convivem no mesmo ambiente.

Com medo de estarem doentes, alguns dos trabalhadores pagaram do próprio bolso testes rápidos para constatar a presença do vírus, mas os resultados não são tão confiáveis quanto os exames laboratoriais.

O presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá, afirma que a categoria está revoltada com a postura da SAP nesse episódio, já que a saúde do trabalhador precisa ter todo suporte do Estado, principalmente em um momento de crise sanitária tão grave quanto o da pandemia. O sindicalista também recorda que a adoção da testagem em massa nunca foi prática da secretaria, nem mesmo em unidades onde havia grande número de casos suspeitos ao longo dos últimos 14 meses. "Pagar do próprio bolso pelo teste rápido não é novidade para o servidor. Muitos o fizeram já, até para impedir a disseminação do vírus", afirma.

Na opinião de Jabá, "é de uma irresponsabilidade tamanha a SAP não agir, permitindo que o vírus se espalhe e atinja outras pessoas. Além de colocar a vida dos servidores da Sede II em risco, qualquer outro indivíduo que conviva com eles também pode contrair o vírus, se isso já não aconteceu”, protestou Jabá, que vai encaminhar um ofício à secretaria solicitando explicações claras sobre os erros de protocolo cometidos como resposta ao surto de COVID-19.

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