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Com o mote “Os policiais do Estado de SP estão morrendo” com o “Pior Salário do Brasil”, grupo formado por policiais penais, civis, técnico-científicos e associações de policiais militares fez protesto nesta sexta-feira (15) em São Paulo. Diretores do SIFUSPESP e outros servidores penitenciários também participaram do ato e continuarão ativos nas próximas semanas para mobilizar categoria na Campanha Salarial 2021

 

por Giovanni Giocondo

União e força para a luta por melhores salários, saúde, qualidade de vida e condições de trabalho mais dignas. Foi com essa tônica que os servidores da segurança pública de São Paulo se encontraram nesta sexta-feira(15) para um protesto no centro da capital. O ato, realizado ao lado da sede do batalhão das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar(ROTA), no centro de São Paulo, aglutinou os policiais penais, civis, técnico-científicos e as associações de policiais militares, que clamaram ao governo do Estado pela valorização das carreiras.

Os servidores distribuíram aos motoristas que passavam pelo local adesivos com os dizeres “Os policiais do Estado de SP estão morrendo” e “Pior Salário do Brasil”, em referência aos péssimos vencimentos pagos às forças policiais pelo governo - comandado pelo PSDB, bem como a situação de calamidade pela qual passa a saúde física e psíquica dos trabalhadores da segurança, sobretudo em virtude da sobrecarga de atividades cotidianas a que estão submetidos.

Após esse primeiro momento do ato, os trabalhadores partiram até o Palácio da Polícia, que fica no bairro da Luz, e encerraram sua caminhada em frente à sede da Secretaria de Segurança Pública(SSP), ambos no centro de São Paulo.

Enquanto representante dos servidores penitenciários, o SIFUSPESP compareceu ao local através de seus diretores Alancarlo Fernet, Maria das Neves Duarte e Apolinário Vieira - que fez sua parte em frente à Penitenciária de Martinópolis.

Também somaram ao ato os policiais penais Nilson Rodrigues, Fabrício Luiz Demétrio, Vinícius Antonio, Flavio Matos Petroli, Alexandre, Washington, Claudio e João Carlos, que atuam em diferentes unidades prisionais da região metropolitana de São Paulo e do interior, entre elas o Centro de Detenção Provisória(CDP) de São Bernardo do Campo, a Penitenciária Feminina de São Miguel Paulista, na zona leste da capital, e a Penitenciária de Taquarituba.

Ainda compareceram ao protesto a Defenda PM (Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar), o Sinpcresp (Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo), o deputado estadual Major Mecca(PSL) - um dos idealizadores do evento, e o deputado federal Coronel Tadeu(PSL).

 

Fórum Penitenciário continuará pautando reivindicações dos policiais penais em Campanha Salarial

Para a coordenadora da sede regional do sindicato em São Paulo, Maria das Neves Duarte, a manifestação demonstrou muita força por parte dos policiais de todas as categorias, além de representar uma unidade coletiva poucas vezes vista anteriormente, porque a conjuntura da realidade da maioria desses servidores se tornou insuportável.

“Este protesto reuniu muitos servidores indignados com a falta de reconhecimento por parte do Estado, daí a sua necessidade premente. Estresse funcional, adoecimento físico e mental, tentativas de suicídios e suicídios infelizmente cometidos, crise financeira e familiar são apenas alguns dos exemplos de situações que se tornaram reflexos, na vida desses policiais, por conta da omissão do governo de São Paulo”, relatou Maria das Neves.

Já de acordo com o diretor do SIFUSPESP Alancarlo Fernet, este é apenas o primeiro passo de uma grande Campanha Salarial de 2021 que está sendo encampada pelo SIFUSPESP, pelo Sindcop e pelo SINDASP. Juntos, os sindicatos integram o Fórum Penitenciário Permanente e devem organizar outros protestos em defesa dos direitos da categoria, um deles já marcado para o dia 10 de novembro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(Alesp).

De acordo com dados do Índice Nacional de Preços do Mercado(IGP-M), os salários dos servidores do sistema prisional estão defasados em mais de 47% desde julho de 2014, quando aconteceu o último aumento real dos salários da categoria. Os últimos reajustes - ambos abaixo da inflação - aconteceram em 2018(3,5%) e 2020(5%), e foram incapazes de cobrir as perdas tidas pelos servidores nos últimos sete anos.

Por outro lado, relatório do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo(TCE-SP) divulgadas em julho deste ano atesta que o déficit de funcionários nos quadros da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) supera 18 mil pessoas. Esta ausência de trabalhadores suficientes para atuar no sistema prisional é um dos principais fatores que levam à sobrecarga laboral para aqueles que continuam em atividade.

Confira no vídeo abaixo e em mais fotos alguns dos momentos de luta dos policiais registrados hoje:

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