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Equipamentos podem ter sido arremessados por suspeitos que estavam próximos à unidade

por Giovanni Giocondo

Policiais penais apreenderam 28 celulares, além de cinco carregadores, uma bateria, 25 chips e um cartão de memória nesta terça-feira(30) no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Suzano, na região metropolitana de São Paulo.

De acordo com os relatos dos servidores, os equipamentos eletrônicos foram encontrados durante uma blitze, pouco tempo após dois suspeitos serem flagrados próximos às dependências da unidade, possivelmente tentando arremessar objetos ilícitos para dentro dos muros. Ambos conseguiram fugir.

Os celulares apreendidos foram encaminhados para a delegacia de polícia civil, onde foi registrado boletim de ocorrência sobre o caso.

Um procedimento interno de apuração foi aberto para investigar a entrada dos aparelhos no CDP.

Caso envolvendo o PM Wesley Góes em Salvador expôs ferida aberta do adoecimento psicológico de membros das forças policiais em meio a isolamento social

 

por Sergio Cardoso

O caso envolvendo o cabo da Polícia Militar Wesley Góes, falecido após confronto com companheiros de farda em Salvador, na Bahia, no último domingo(28), poderia servir de alerta para um dos maiores tabus que existem a respeito das forças de segurança em nosso país.

Por trás de todas as discussões que o caso levantou, a principal ficou de fora: Como o Estado e a sociedade estão matando os seus policiais.

Por incrível que pareça, no Brasil a maior causa de morte de agentes de segurança não é causada por confrontos com o crime e sim por suicídio e doenças relacionadas ao estresse: Diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, obesidade, etc.

Em 2018, no Brasil foram 104 casos de suicídio contra 87 mortes em confronto. Se contarmos as doenças desencadeadas pelo estresse, este número muito mais que triplicaria.

Segundo dados de 2019 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a taxa de suicídios entre policiais é de 23,9 por 100 mil , enquanto no total da população comum o número é de 5,8 por 100 mil habitantes.

Estudo feito pela Ouvidoria da PM de São Paulo aponta que o estresse inerente à função policial, a falta de suporte de serviço de saúde mental, a depressão, conflitos institucionais(assédio moral), conflitos familiares e problemas financeiros, isolamento social, rigidez e introspecção, subnotificação de tentativas de suicídio e fácil acesso à arma estão entre as principais causa de suicídio naquela corporação.

Diante da polarização política vivida em nosso país, ambos os lados do espectro político esquecem de encarar o policial como ser humano e fecham os olhos para uma epidemia que não é a do Sars-Cov-19. São as chamadas "mortes por desespero": abuso de álcool, medicamentos psiquiátricos, drogas ilicitas e suicídio.

O termo criado pelos economistas Anne Case and Angus Deaton, da Universidade de Princeton, a partir da análise da redução da expectativa de vida nos Estados Unidos, descreve com precisão o quadro vivido pelos profissionais da segurança pública no Brasil.

A sensação de estar "enxugando gelo", a falta de reconhecimento e valorização são compartilhadas pela maioria dos policiais, não importando a corporação.

Desespero não tem uma definição médica ou científica. Pode estar relacionado a desordens de ansiedade ou depressão, mas nem sempre é restrito a estes casos. Embora possa ser identificado na falta de esperança que acomete boa parte do profissionais de segurança pública, muitas vezes escapa ao diagnóstico de tendências autodestrutivas e risco de suicídio. 

Com o aprofundamento da crise em que vive nossa sociedade e as consequências psicológicas provocadas pela pandemia, infelizmente a tendência é que estes casos aumentem de proporção se os governos e a sociedade não assumirem a responsabilidade e tratarem do problema.

Não devemos esquecer que o Estado de São Paulo possui há anos uma lei de saúde mental para os profissionais de segurança do sistema prisional que jamais foi regulamentada.

O caso do cabo Wesley só mereceu destaque por ter acontecido em um local público e pela forma escolhida: chamada por especialistas em segurança de "suicídio por policial" em que a vítima escolhe confrontar a autoridade de forma ameaçadora provocando a própria morte.

Um manual da PM discorrendo sobre o tópico deixa claro que o caso de Wesley seguiu estes padrões.

Causa enjoos ler os comentários em redes sociais tratando sobre o caso, que em vez de tratar do real problema, tentam transformar o cadáver do policial em troféu e comprovante de suas posições políticas, por uns como herói e para outros como vilão, sem por um segundo sequer pensar no ser humano que se foi, em sua família, amigos ou nos seus colegas de farda.

Valorização das polícias antes de viaturas com luzes brilhantes e armas de última geração, deve passar por valorização salarial, condições de trabalho dignas, fim do assédio moral, garantia de moradia digna, saúde psicológica, fim dos regulamentos opressores e reconhecimento profissional

Enquanto o conjunto da sociedade independente de sua orientação política não entender que atrás de fardas e distintivos existem trabalhadores que exercem a função policial para garantir o próprio sustento, e que estes trabalhadores são humanos que sonham, sofrem e amam como qualquer ser humano, mas que estão sujeitos a regras e ambientes muito mais duros e na maioria das vezes mais injustos, desgastantes e desumanizadores que a maioria de seus congêneres, corremos o risco de ter a repetição de outros Wesleys.

 

 

Com inscrições até 8 de abril, pós-graduação conduzida pelo UNASP aposta na experiência dos professores e amplia campo de estudos para policiais penais em área estratégica para entendimento da dinâmica do sistema prisional

 

por Giovanni Giocondo

Estão abertas até o dia 8 de abril as inscrições para o curso de pós-graduação MBA em Política Criminal e Gestão Penitenciária do UNASP. Parceira do SIFUSPESP, a instituição está oferecendo um desconto exclusivo para os associados ao sindicato interessados em se especializarem na área.

O curso tem duração de 18 meses, e as aulas serão totalmente online, iniciando a partir do dia 11 de abril. O convênio prevê isenção da taxa de matrícula, além de 50% de desconto na primeira parcela - que será de R$139 - e mais um abatimento de 20% nas outras 17, que de R$348 vão exigir um investimento de apenas R$278 mensais.

Se aprofundar na dinâmica que envolve o modelo de administração do sistema prisional brasileiro, seu planejamento, inteligência, arquitetura, reintegração social, gerenciamento de crise e relações humanas são alguns dos principais motes do MBA, que tem entre seus professores nomes conhecidos de atuação em órgãos públicos de gestão das unidades, bem como mestres e doutores ligados ao universo jurídico e à segurança pública.

As aulas serão ministradas de forma sincronizada com transmissão ao vivo pela plataforma digital do UNASP - por meio do aplicativo Zoom, e também ficarão gravadas à disposição dos alunos. São apenas 40 vagas.

Para se inscrever, basta acessar https://pos.unasp.br/ . Outras informações sobre o MBA estão disponíveis neste link ou na página do Instagram: https://www.instagram.com/p/CM0U0K6gRdY/?igshid=1jcn4vv54xqzn

Coordenador do curso, o professor Dr. Claudio Tucci Junior também está com o contato à disposição para esclarecer dúvidas. Para isso, basta mandar um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou enviar mensagem no número: (11) 99913-5783.





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