Diretor do sindicato, Gilberto Antonio da Silva, e diretor de base Agilson Cardoso verificaram que ala de progressão da unidade está com mais que o triplo da lotação e déficit funcional tem aumentado
por Giovanni Giocondo
O diretor do SIFUSPESP, Gilberto Antonio da Silva, e o diretor de base Agilson Cardoso estiveram nesta segunda-feira(26) na Penitenciária de Presidente Prudente, no interior do Estado, para conversar com servidores sobre problemas que afetam a unidade, onde aconteceu uma fuga de 21 detentos no último sábado(24), dentro da ala de progressão penitenciária
De acordo com os relatos feitos pelos policiais penais aos sindicalistas, o local que comporta os detentos do regime semiaberto está totalmente superlotado, com uma população atual de 659 presos para espaço onde deveriam estar apenas 216, ou mais que o triplo da capacidade.
Ainda conforme as informações prestadas pelos servidores, o plantão da unidade está trabalhando com apenas 12 funcionários na segurança, e a previsão é que pelo menos quatro se aposentem no início do próximo ano, sem qualquer previsão de que o déficit seja reposto com novos trabalhadores.
No entender do SIFUSPESP, o caso registrado em Presidente Prudente é o prenúncio de casos semelhantes trágicos envolvendo rebeliões e fugas em massa que poderão ocorrer em um futuro próximo e espalhadas por todo o Estado caso o cenário de redução de efetivo continue inalterado.
Por Flaviana Serafim
O sistema prisional paulista soma 1.805 servidores penitenciários infectados pelo coronavírus até 23 de outubro, dos quais 1.047 confirmados por exame PCR e outros 758 por meio de teste rápido, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Há ainda 81 servidores afastados com suspeita de contágio.
Dos casos mais recentes confirmados pela apuração do SIFUSPESP, há quatro servidores e dois presos com o vírus no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba, no litoral paulista. Ainda segundo a apuração do sindicato, 32 servidores perderam a vida devido à COVID-19.
Em todo o sistema prisional de São Paulo, são 9.728 casos entre os detentos, sendo 8.789 confirmados por teste rápido e outros 939 por exame PCR, de acordo com o boletim da SAP, além de 32 mortos.
Como a direção do SIFUSPESP vem reforçando o alerta, a situação é crítica devido à superlotação das unidades prisionais aliado ao problema grave do déficit de servidores que vem se aprofundando com as aposentadorias e ainda com os afastamentos tanto dos trabalhadores doentes quanto os do grupo de risco do coronavírus.
“A sinalização da SAP sobre o retorno das visitas é uma irresponsabilidade e também uma desumanidade com os trabalhadores, os detentos, seus familiares e com o conjunto da sociedade. Enquanto não há vacina, o isolamento continua sendo a única forma de prevenir que o contágio aumente e com quase 10 mil detentos infectados, como é que o governo pode pensar em liberar visitas?” questiona Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do SIFUSPESP.
Dos mais de 5,3 milhões de casos em todo o país, o estado paulista lidera com mais de 1 milhão de infectados e 38.747 mortos, apontam dados do Seade, e a curva de contagiados não para de subir desde março, como mostra o gráfico.
“Esse pouco caso com a vida das pessoas é impressionante e ao mesmo tempo totalmente incoerente com a propaganda enganosa do governador João Doria, que faz de conta que está preocupado com a população, mas isso é só mais uma falácia”, completa o sindicalista. Ainda segundo o dirigente, a segunda onda de contágios chegou à Europa por causa da flexibilização, que agora é novamente desfeita pelos governos locais devido rápido aumento dos casos.
“Tivemos a chance de aprender com outras nações no começo deste ano e não o fizemos. Lamentavelmente, parece que o governo não vai aprender de novo porque tudo está sendo flexibilizado mesmo com a curva de contágios crescendo sem parar. Por isso, vamos seguir defendendo a vida, o isolamento e contra o retorno das visitas”, conclui o dirigente.
Por Flaviana Serafim
A direção do SIFUSPESP enviou ofício ao Grupo Abril nesta segunda-feira (26), se somando à luta do movimento sindical pela continuidade da liberação integral de Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).
Numa clara prática antissindical, a editora Abril convocou Zocchi para retornar ao trabalho na empresa neste 30 de outubro, o que encerraria cinco anos de liberação sindical sem prejuízo de vencimentos, o que é garantido para que o sindicalista possa cumprir seu papel legítimo em defesa da categoria.
A prática antissindical da Abril contra Zocchi é ainda uma represália à atuação do sindicato contra a demissão de centenas de trabalhadores e trabalhadoras da editora, demitidos em massa em 2018 sem sequer receberem as verbas rescisórias após anos de dedicação à, o que levou a uma batalha judicial contra a empresa com a vitória dos funcionários na Justiça.
Além de prejudicar a atuação do jornalista como presidente do SJSP, o cumprimento de jornada também impede o pleno exercício de suas atividades como vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.
Confira a íntegra do ofício enviado pelo SIFUSPESP à editora Abril.:
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