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Em tratamento contra síndrome de Guillain-Barré, servidor se torna símbolo de luta pela sobrevivência e demonstra seu agradecimento a todos os amigos de sistema

por Giovanni Giocondo

Diagnosticado com a síndrome de Guillain-Barré, doença grave que paralisa os músculos e inativa os movimentos de quase todo o corpo e dos órgãos internos, o policial penal Sérgio Silva está há quatro anos afastado do trabalho, e aos poucos recupera a convivência social com os amigos e familiares, se superando e começando a retomar a sua história.

Sob fisioterapia diária, Sérgio ainda não anda sem se apoiar e não consegue fechar completamente as mãos por conta da síndrome, que chegou a interromper o funcionamento de seus rins, bexiga e pulmões, perder temporariamente a fala e causou outros males inimagináveis para um ser humano comum. A doença atinge uma a cada 100 mil pessoas.

Hoje, o ex-integrante do Grupo de Intervenção Rápida(GIR) fala a todos os que acompanharam esse difícil momento, os que auxiliaram, rezaram ou torceram por ele, e que agora podem ouvir algumas de suas palavras de incentivo diante das adversidades que o mundo nos impõem. Lotado na Penitenciária I de Tremembé, Silva sobreviveu para contar e agradecer:

 

Sempre valerá a colheita

por Sérgio Silva

Obrigado a todos vocês!

Hoje faz quatro anos que tudo começou.  Longos meses de desafios repentinamente devastados, mostrando que a vida é o bem mais valioso e que devemos aproveitar cada momento com  fé, amor, determinação e outras centenas de adjetivos.

Que durante 365 dias, devemos preencher a vida junto daqueles que amamos e incondicionalmente estão ao seu lado em cada momento vivido.

E de uma coisa tenho certeza. 

"Você colhe exatamente o que planta" E como em todas as plantações, estamos sujeitos aos  tempos ruins e tempos bons, pois há sementes que germinam rápido enquanto outras levam anos para produzir frutos, frutos doces e outros nem tanto,  dependendo da qualidade da terra, da chuva e do sol.

Então, sempre que colhemos a safra devemos agradecer olhando em volta e contemplar quem te ajudou na plantação com uma oração, seja durante a tempestade ou em cada pôr do sol, pensar em quem estava ao seu lado cansado e feliz por semear o bem.

Obrigado meu Deus por me proporcionar solo fértil e sementes boas!

Obrigado Família amada que independente do tempo não deixa de arar a terra, plantando com amor e preparando a geração seguinte com exemplos e dedicação!

Obrigado Esposa amiga e guerreira que planta confiante cada vitória que conquistamos e "Poda" todos os problemas com confiança, alegria e coragem de dentro do coração!

Obrigado Manuelly, Julia, Ana e Gabriel, sementes que darão bons frutos.

Obrigado amigos sensacionais e inestimáveis, que plantam o bem sempre com um bom combate, e torcem por uma colheita justa com muita energia e honradez!

A todos, meu muito obrigado!

Sérgio Silva. 

"Mais aluno do que professor"

 

Por Redação SIFUSPESP

O SIFUSPESP recebeu informações sobre tentativas de fuga ocorridas neste domingo (16) na Penitenciária “Luiz Aparecido Fernandes”, a PII de Lavínia, e também na Penitenciária II de Mirandópolis, no interior paulista. 

No caso de Lavínia, segundo informações do portal G1, a tentativa de fuga foi por um buraco na tela de proteção do pavilhão, e a dupla de detentos foi flagrada pelos policiais penais escondida numa canaleta de escoamento de água. 

As tentativas foram contidas graças à atuação rápida dos policiais penais nas unidades. Contudo, a direção do SIFUSPESP novamente denuncia o grave problema da falta de servidores, déficit que coloca em risco os próprios trabalhadores, a população carcerária e a sociedade como um todo. 

O problema se agrava com a superlotação. Segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), em Lavínia há 1.984 detentos onde a capacidade é de 844. Em Mirandópolis, a capacidade é de 1.247, mas a população é de 2.280 presos. 

Confira o vídeo com imagens da PII de Lavínia:

 

Por Flaviana Serafim

O SIFUSPESP criou oficialmente seu Coletivo de Coletivo de Trabalhadores e Trabalhadoras Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queers e Intersexo (LGBTQI+), em reunião na tarde desta sexta-feira (14) na sede social, em Santana, zona norte da capital paulista. 

A iniciativa é pioneira e representa um marco nos quase 40 anos de história do sindicato. O foco das discussões neste primeiro encontro foi a defesa de direitos destes trabalhadores e trabalhadoras no sistema prisional, assim como combater os preconceitos e destacar a importância do respeito à diversidade na categoria, além de questões como a saúde física e mental deste segmento. 

A primeira reunião teve a participação de representantes da sociedade civil, do mandato da deputada estadual Érica Malunguinho (PSOL) e da Bancada Ativista (PSOL), da direção executiva e do Departamento Jurídico do SIFUSPESP, dirigentes de base e servidores do sistema prisional. 

A proposta do SIFUSPESP de consolidar o Coletivo LGBTQI+ veio a partir da situação enfrentada por Jill Alves de Moraes (saiba mais), policial penal transgênero que teve o pedido de aposentadoria indeferido pela São Paulo Previdência (SPPrev) depois de 32 anos de trabalho, sendo 29 dedicados ao sistema prisional. A SPPREV alega “dúvida jurídica relevante”, sendo “impossível assegurar direito da parte para afastamento”, e o agente penitenciário está movendo ação judicial com assessoria jurídico do sindicato.

“Isso é um marco na categoria e que bom que o SIFUSPESP acolheu essa questão. Eu e os demais servidores e servidoras penitenciários LGBTQI+ agradecemos ao sindicato por ter aberto esse espaço, pela coragem de dar a cara a tapa enfrentando os preconceitos e buscando soluções”, diz Moraes. A avaliação do policial penal é que, com a iniciativa, mais trabalhadores e trabalhadoras do sistema prisional façam parte e se integrem às lutas do coletivo.

> Policial penal transgênero tem que ter direito à aposentadoria, defende Sifuspesp
> Sifuspesp move ação para garantir aposentadoria de policial penal transgênero

Direitos para todos e todas

O advogado Sérgio Moura, coordenador jurídico do SIFUSPESP, abriu as discussões da primeira reunião destacando que, no caso de Moraes, independentemente do reconhecimento civil como transgênero, o policial penal reuniu todos os requisitos legais para se aposentar como servidor público, de acordo com Artigo 125, inciso 22, da Constituição de São Paulo. Diante do cenário conservador, ele defendeu que os trabalhadores LGBTQI+ busquem a via judicial sempre que necessário para assegurar o cumprimento de garantias. 

“A heteronormatividade, esse padrão de tratamento estabelecido pelo Estado como ‘normal’, é inconstitucional e é uma ameaça aos direitos de LGBTQI+. Com base na Constituição, o Supremo Tribunal Federal já deixou claro que qualquer tratamento negligente com essa população representa dano, uma vez que o Estado que tem estar aparelhado para reconhecer e atender às demandas dos transgêneros”, alertou o advogado.

Assessora da deputada estadual Erica Malunguinho (PSOL), Maria Clara Araújo se comprometeu a levar à parlamentar a questão da dificuldade enfrentada por Moraes diante da recusa do direito à aposentadoria e outras demandas do segmento, como a necessidade de atendimento Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), fortalecendo o debate com apoio da Assembleia Legislativa. 


Primeira reunião do Coletivo LGBTQI+ na sede social do SIFUSPESP

 

Formação é caminho para enfrentar preconceitos

Representante da Bancada Ativista (PSOL) na Assembleia Legislativa, Patricia Borges da Silva destacou a importância da formação no enfrentamento aos preconceitos.

“É preciso formação para que as pessoas conheçam e saibam lidar com as questões LGBTQI+, para que abram suas mentes porque criam a necessidade de nos colocar num lugar de aberração, como se só existisse o modelo de família cristã heteronormatividade”, critica a ativista transgênero. “A formação é importante e deveria ser obrigatória no sistema prisional porque estão lidando com pessoas. Além disso, é preciso chamar e remunerar pessoas trans, que vivem da causa, tendo uma política de empregar pessoas trans”, completou.  

Também defensor da formação com apoio da Escola de Administração Penitenciária (EAP), o presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, disse que o sindicato vai cobrar medidas e ações educativas da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). 

“Os servidores e servidores LGBTQI+ acabam restritos aos serviços administrativos, às vezes ficam isolados, mas têm direitos como toda a categoria. Temos que combater os preconceitos e a discriminação entre nós antes de tudo”, afirma o sindicalista. 

Por isso, entre outros encaminhamentos, o Coletivo LGBTQI+ do SIFUSPESP deliberou quanto à necessidade de buscar diálogo com a SAP para que a formação promovida pela EAP inclua temáticas abordando diversidade e direitos do segmento, entre outras medidas contra o preconceito e a discriminação praticados no sistema prisional. 

A luta por garantia de atendimento dos LGBTQI+ pelo Iamspe, por equipes multidisciplinares no serviço público de saúde, por inserção e manutenção dos trabalhadores do segmento no mercado formal também foi aprovada entre as prioridades e bandeiras do coletivo.  

A próxima reunião ainda não tem data definida, mas assim que confirmada será divulgada no site, redes e mídias sociais do sindicato. 

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