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É com pesar que o Sindicato dos Funcionários do Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo, anuncia o falecimento do companheiro de trabalho Nelson Pereira da Silva, aos 52 anos nesta quarta-feira (12/07).

Além de agente penitenciário na Penitenciária I de Presidente Venceslau, Nelson era professor de educação física e pessoa atuante na sua comunidade.

Nelson, também conhecido como Melancia, faleceu após sofrer um acidente de carro.

Lamentamos a enorme perda do colega de trabalho de longa data e desejamos, que neste momento de sofrimento, os corações dos familiares possam ser, de alguma maneira, confortados.

O corpo será velado na Organização Presidente e o sepultamento deverá ser realizado na manhã desta quinta-feira (13) em horário a ser determinado pela família.

Precisamos falar sobre o suicídio dos funcionários do sistema penitenciário.

No jornalismo, toda matéria tem um ou mais personagens. São as pessoas entrevistadas ou aquelas das quais falaremos a respeito, de quem palavras irão preencher as linhas. Essa matéria é diferente. Ela traz centenas de personagens, homens e mulheres que desistiram da vida e aniquilaram a si mesmos. ASPs companheiros de muitos, que caminhavam no dia a dia pelos corredores da detenção. Que deixaram famílias, mãe, quem sabe esposa, marido, filhos. Histórias interrompidas pelo suicídio. Não citaremos nomes, não descreveremos casos, mas seria esse o momento do minuto de silêncio por todos que não suportaram a dor da vida. 
Entre os Agentes Penitenciários o índice de suicídios é alto. Chega ao conhecimento do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo) pelo menos dois casos por semana. Entre os trabalhadores dessa categoria, o índice de suicídio entre as mulheres é maior. Pouca coisa sai nos noticiários. É uma realidade interna e internalizada com a qual os trabalhadores lidam diariamente, ainda cercados de todos os problemas que o Sistema Prisional apresenta. Resta a quem cuidar do trabalhador e da sua saúde mental? Enquanto o ASP, o AVEPs entre outros trabalhadores sustentam o Sistema e a si mesmo, durante o percorrer desse árduo caminho, pode existir o não suportar. Medos, traumas, cenas tenebrosas, tensão. Coisas guardadas no baú que é o cárcere. Fecha-se o cadeado no momento da volta pra casa, deixa-se ali o terror. Afinal, suas famílias merecem o melhor. Mas parte do terror não sai da mente do trabalhador. Ele apenas não fala.

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