Quem sou eu?
Me chamo Márcia, Maria, Eduardo, Antonio, Fábio, Oliveira, Ricardo, Fernando, Silva.
Meu nome é reconhecido por onde andei. Trabalhei no Estado de São Paulo em várias cidades, enfrentando o perigo todos os dias.
Já fui bruto, revoltado, exagerado, triste, alegre. Errei e acertei. Mas como muitos de minha categoria não deixo no meio do caminho minhas metas.
Na cadeia somos uma equipe, às vezes uma família, não esquecemos nunca um do outro. Nossa vida depende disso.
Em que momento estamos?
Nesses últimos dias muitos de nós estivemos engajados na campanha eleitoral. O whatsapp e as rodas de conversa acabaram por separar um ao outro, numa confusão. Mas também estivemos juntos no trabalho do dia a dia, enfrentando a motins, nos encontros da CIPA, conhecendo novos companheiros na EAP. Diferente de outros, somos uma categoria.
Nesse momento de confusão, com nosso sindicato sucateado, fizemos história em Brasília, lutamos por um orçamento digno, participamos das eleições, ganhamos e perdemos, mas neste fim de ano a categoria está mais unida do que separada. Tenha certeza! Temos que ser exemplo, para não sermos atacados e enganados. Não podemos errar.
Agora a luta é pelo Bônus
Desde as lutas de 2014, para terminar com uma greve, tivemos a palavra acertada dos governantes do reconhecimento do BÔNUS. Mas eles não cumpriram. Como em Brasília, na luta contra a Reforma da Previdência, não cumpriram com a palavra.
Mas nós não desistimos, e agora COM ESTRATÉGIA E DIÁLOGO, conseguimos o encaminhamento de um projeto que pode fazer dele realidade. Nós somos do diálogo, mas não tememos a luta.
Ainda que tenhamos somente uma reposição salarial pequena neste ano, merecemos o BÔNUS, porque todas as categorias já têm esse direito, portanto, por IGUALDADE e RESPEITO, nós merecemos também, e estamos na luta por ele.
O que fazer agora?
Agora o que podemos fazer é lutar. Lutar para que se encaminhe um projeto de lei, ainda esse ano, e pressionar para que os deputados aprovem este direito antes do final do ano. Muitos foram eleitos com o discurso de combate ao crime. Tarefa que cumprimos todos os dias. Por isso mais do que nunca, é momento de união de líderes, companheiros e companheiras de trabalho, de pressionar deputados, mandar e mails, unificar a categoria, acompanhando nosso sindicato. Deixando de lado o rancor, as divisões. É tempo de união.
Sexta, 9 de novembro
Hoje no Palácio dos Bandeirantes, estamos indo mais uma vez para defender o que é de cada um, e é de todos, ainda que tenhamos opiniões diferentes, bandeiras diferentes.
Me chamo Márcia, Maria, Eduardo, Antônio.
Me chamo Fábio, Oliveira, Ricardo, Fernando, Silva, José, Carlos.
Somos penitenciários.
Não temos medo da luta.
Somos o SIFUSPESP, NA LUTA PELO BÔNUS.
Objetivo do sindicato é disseminar sentimento de união por melhores condições de trabalho, saúde e bem estar entre trabalhadores penitenciários
O presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, e a psicanalista Veridiana Dirienzo, assessora do sindicato no setor de saúde mental, participaram nesta quinta-feira, 08/11, do encontro de Cipeiros da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Central do Estado de São Paulo.
O evento contou com palestras motivacionais, circuito de vivências e atividades, além de debates sobre o trabalho realizado pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes(CIPAs) da região de Campinas.
Esta é a segunda vez que o sindicato participa de atividade semelhante, tendo feito o mesmo no complexo de Pinheiros, em São Paulo, na última semana de outubro. A presença do SIFUSPESP nesses eventos tem como objetivo trazer à luz a necessidade de se refletir sobre problemas individuais que atingem a saúde e o bem estar dos servidores para tentar buscar soluções coletivas relacionadas ao cotidiano do sistema.
Em Campinas, Jabá foi um dos escolhidos pela organização da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) e do CQVIDASS para falar com os servidores sobre suas experiências dentro do sistema prisional, e também com relação à importância da luta de todos por mais qualidade de vida e saúde dos servidores para benefício da coletividade.
Em seu diálogo com os cipeiros, Jabá falou sobre a importância de sua família na sua trajetória e seu histórico dentro da SAP, iniciado com o sonho de se tornar agente de segurança penitenciária, finalmente realizado no ano 2000, quando foi aprovado em um concurso público da pasta.
Lembrou também sobre a militância política e a entrada no SIFUSPESP, que lhe levaram a criar a consciência sobre a difícil realidade das condições de trabalho enfrentadas pelos servidores do sistema prisional, profissão considerada pela Organização Internacional do Trabalho(OIT) a segunda mais estressante do mundo.
“Para trabalhar em uma penitenciária, apesar de todos os pesares, é preciso superar essa dificuldade e ter qualidade de vida. Mas para ter qualidade de vida, é preciso primeiramente refletir sobre o porquê de nossa categoria adoecer tanto. A seguir, encontrar a raiz desse problema e dialogar e pensar em soluções de problemas individuais a partir de situações concretas de estresse e outros males que nos afetam”, ressaltou Jabá.
No olhar da psicanalista Veridiana Dirienzo, é preciso uma parceria entre as CIPAs e o sindicato “para acolher as dificuldades enfrentadas pelos servidores no ambiente de trabalho que tanto impactam sua saúde física e psíquica, desenvolvendo instrumentos em comum que podem minimizar o sofrimento enfrentado por aqueles que diuturnamente tentam fazer das unidades prisionais espaços mais sustentáveis”, reiterou a profissional de saude mental.
Para Fábio Jabá, "é preciso ser rocha, mas deixar o rio fluir. O agente precisa ser forte, mas ele deve também ser solidário e saber dialogar dentro de seu ambiente de trabalho com os colegas para entender que existe um sofrimento singular, ligado à trajetória de cada um, que pode ter ligações com a realidade concreta das condições das penitenciárias, das condições de vida de cada servidor”, reiterou o presidente do SIFUSPESP.
Nesse sentido, o papel do sindicato e da CIPA nesse sentido é encontrar um denominador comum que una a todos e fortaleça a luta, construa coletivamente a participação nas instâncias políticas e na transformação das políticas públicas que possam “garantir o bem-estar psíquico e físico do trabalhador penitenciário, totalmente atrelado ao seu local de trabalho e às suas convivências”, reiterou Jabá.
Já na opinião da psicanalista do SIFUSPESP, “a busca por um trabalho de qualidade, um salário digno com saúde e qualidade de vida é essencialmente política, e só se alcança quando ocorre a elaboração de objetivos semelhantes entre aqueles que fazem parte do mesmo cotidiano, que é o caso dos servidores que integram o sistema prisional. Nesse sentido, manter um diálogo permanente com a CIPA é entender que juntos podemos alcançar essa excelência”, finalizou.
Fenaspen e Sifuspesp seguirão articulando com parlamentares para reconhecimento da atividade policial de trabalhadores penitenciários na lei ainda em 2018
Em sessão deliberativa realizada nesta quarta-feira, 07/11, deputados federais e senadores decidiram adiar a votação sobre a derrubada do veto do presidente Michel Temer(MDB) à inclusão dos trabalhadores penitenciários no Sistema Único de Segurança Pública(SUSP) como parte dos servidores que exercem atividade policial.
A FENASPEN considera a medida de reconhecimento da natureza policial necessária para que os servidores do sistema prisional possam ter sua atuação mais valorizada pelo Estado e assim ampliar a capacidade de atuação na repressão ao crime organizado e na consequente redução dos índices de violência no país.
Presente na sessão de ontem, o presidente da federação, Fernando Anunciação, lamentou o adiamento da análise por parte dos parlamentares, mas garantiu que vai prosseguir com a luta pela derrubada do veto ainda neste ano.
“Entendemos que somente com o reconhecimento da natureza policial das atividades dos agentes penitenciários é que conseguiremos colocar em prática o planejamento do SUSP e garantir mais segurança à população brasileira”, afirmou o sindicalista.
Pela redação atual da Lei 13.675, aprovada em junho, os trabalhadores penitenciários estão restritos a atuar na colaboração de atividades de inteligência e troca de informações com outras forças de segurança.
“A importância de que seja cassado o veto presidencial permite que tenhamos na lei já regulamentado um dispositivo que reforce a necessidade da aprovação constitucional da Polícia Penal, abrindo assim espaço para o estabelecimento de novas garantias no mesmo patamar que outras forças de segurança pública”, salienta Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do SIFUSPESP.
O sindicato somos todos nós, unidos e organizados. Filie-se!
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