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O presidente do sindicato afirma que sem ações efetivas da parte do governo do Estado as facções criminosas exercerão total domínio sobre o sistema


O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) realizou ato contra as  agressões que ocorrem frequentemente contra os trabalhadores do sistema penitenciário em frente a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista neste domingo, 15/10.

Participaram da manifestação cerca de 80 funcionários que chegaram para o plantão que permaneceram frente a unidade desde a madrugada até mais ou menos meio do dia. A manifestação teve repercussão na grande mídia.

O presidente do SIFUSPESP, Fábio Cesar Ferreira Jabá afirmou que a omissão do governo do Estado em relação a este problema que se prolifera é insustentável.

“Cinco agentes foram feridas numa tentativa de homicídio realizada por uma detenta. A diretoria da penitenciária não nos permitiu entrar para apurar o caso e dar um melhor apoio para as funcionárias.Não poderíamos ficar quietos perante isso”, Jabá explicou.

Ele ainda afirmou que a falta de apoio governamental é vista na banalização das ações disciplinares administrativas aplicadas quando ocorrem casos de agressões.

 

“O perigo da falta de ações efetivas é o domínio das facções e a insegurança do trabalhador, que já sofre com a superlotação, a possibilidade constante de rebeliões, as ameaças de morte. Lutar por essas melhorias é lutar por nossas sobrevivência no trabalho. A chave da cadeia está nas nossas mãos. Nós temos que saber usar nosso poder a nosso favor, já que o governo é omisso”, disse o presidente.

 

 

Sobre o ato do dia 15 de outubro realizado na Penitenciária Feminina em Tupi Paulista em apoio a funcionárias agredidas

 

O sistema prisional paulista vive um massacre silencioso e constante que não é visto pela imprensa, pelas comissões de direitos humanos, pela sociedade ou mesmo pelo judiciário. São muitos mortos, muitos que acabam tornando-se inválidos, muitos marcados física e psicologicamente pelo resto de suas curtas vidas.

As vítimas deste massacre sofrem em silêncio dentro das muralhas. Este massacre torna o já falido e desumano sistema prisional paulista ainda mais desumano e cruel.

Não falamos dos encarcerados, que também sofrem com o assédio do crime organizado e pelas desumanas condições materiais que o Estado oferece. Falamos dos trabalhadores do sistema, os agentes de segurança penitenciária, os agentes de escolta e vigilância, técnicos, profissionais de saúde e demais funcionários.

 

Esses trabalhadores realizam suas atividades diárias em prisões superlotadas, dominadas pelas facções criminosas, tendo que se desdobrar em várias funções devido a falta de efetivo. Neste mês de outubro foram registradas oito agressões a funcionários do sistema.

 

Vivendo sob constante ameaça de agressões, assassinatos e condições insalubres. Sofrendo a pressão diária do assédio moral, muitas vezes sob a forma de processos administrativos injustos e transferências não justificadas. Os índices de autuação por meio deste instrumento não são razoáveis se comparados com outras secretarias.

Segundo pesquisa da USP um agente prisional vive em média 45 anos. Alcoolismo, depressão e suicídios são comuns, pois muitos não suportam viver sob tanta pressão.Nenhuma condição efetiva e interesse do Estado é percebida no sentido de dar condições aos processos de ressocialização dos apenados. E como se pode esperar ressocialização, quando os funcionários do sistema mal conseguem sobreviver com salários achatados, sem aumento a quase quatro anos, desdobrando-se em horas extras e sem o mínimo apoio do governo e das direções dos presídios.

Dia 13 de outubro cinco agentes da penitenciária feminina de Tupi Paulista sofreram tentativa de homicídio e acabaram cortadas por uma presa, mas não puderam contar com o auxílio e proteção do sindicato pois a direção da unidade proibiu a entrada do representante da entidade dentro da unidade prisional.

Enquanto o sistema prisional não permitir que seus funcionários sejam apoiados por órgãos de classe e que seja um espaço transparente para a sociedade, não poderemos afirmar que a democracia e os princípios constitucionais e de dignidade da pessoa humana estão sob vigilância de todos.

Por isso realizamos um ato em frente à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista em apoio às nossas companheiras de trabalho. Não suportamos mais sofrer calados.

Nossa voz será ouvida! Não sofreremos quietos! Basta de agressões! Basta as condições desumanas de trabalho! Vamos lutar para mudar nossas vidas e o sistema prisional!

 - Sobre o falecimento abrupto e trágico de Daniel Grandolfo, José Cícero de Souza e Edson Chagas.

 

Paga-se um preço muito alto por representar uma categoria. Noites sem dormir planejando estratégias, dias longe da família, não vendo seu filhos crescerem, perdendo momentos que normamlmente não perderíamos. 
 
Foi o ocorreu com os companheiros Daniel, José Cícero e Edson. Deram suas vidas na luta e apesar das divergências, nossas convergências eram maiores pela valorização e reconhecimento da categoria.
 
Que fique o exemplo do que é representar uma categoria, que nossos laços possam se fortalecer e a tão sonhada união não fique só em palavras, mas como uma semente  possa germinar em nossos corações e possamos honrar todos aqueles que se foram!
 
Deus conforte as famílias e amigos , e nos dê força para prosseguir nesta longa jornada!
 
Fábio Ferreira Cesar, Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional SIFUSPESP

 

O SIFUSPESP somos todos nós, unidos e organizados. Filie-se!

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