CIPA por que e para quê
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ou simplesmente CIPA, trata-se de uma comissão constituída por representantes dos trabalhadores de determinada categoria que atua na prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida. Observar o objetivo da CIPA e a realidade do Sistema Prisional Brasileiro, ou mais especificamente, o paulista, faz pensar no quanto a promoção da segurança e da saúde do funcionário penitenciário está distante.
O Sindicato dos Funcionários dos Trabalhadores do Sistema Prisional do Estado de São Paulo(SIFUSPESP) vem por meio da sua imprensa conscientizar da importância da existência e participação dos trabalhadores nas SIPATs, não apenas para serem beneficiados daquilo que a CIPA consegue oferecer, ainda que isso seja um mínimo perante a realidade.
Visto que as unidades prisionais do Estado possuem carências estruturais tão grandes e condições muitas vezes degradantes de trabalho, acreditamos que numa análise realizada com seriedade, nenhuma poderia permanecer aberta. Ainda com a superlotação e o déficit funcional, o peso do cumprimento da função dentro deste contexto torna-se muito maior. Entretanto o sindicato acredita que este pode ser um instrumento de denúncia a sociedade e aos órgãos públicos para que sejam obrigados a olhar para as necessidades do trabalhador.
Saúde mental identificada como um dos principais problemas
Revistar presos, celas, visitantes, conduzir presos, realizar a vigilância interna da unidade, disciplinar a refeição dos presos são algumas das funções do Agente de Segurança Penitenciária. Por terem contato direto com os apenados e sendo vistos por estes como um dos responsáveis pela manutenção do seu confinamento, estes trabalhadores estão frequentemente expostos a diversas situações geradoras de estresse, tais como intimidações, agressões e ameaças, possibilidade de rebeliões nas quais, entre outras, correm o risco de serem mortos ou se tornarem reféns.
O trabalho do agente penitenciário e de todos os profissionais do sistema prisional ligados diretamente com agentes do crime revela os riscos primários que esta profissão representa. Na verdade, ao segregar seus criminosos, toda organização social sabe dos riscos iminentes que estes sujeitos representam para o conjunto da sociedade. Nesse sentido, a profissão do Trabalhador Penitenciário, por sua natureza, requisita uma abordagem e um conjunto de medidas de proteção que garantam à integridade social, econômica e psicológica, inclusive através de formação continuada e diferenciação nas condições trabalhistas.São profissionais submetidos a um alto risco para a doença relatada como estresse debilitante. Encontraram prevalências de ansiedade, distúrbios de comportamento, abuso de álcool, depressão e distúrbios do sono.
Portanto, os problemas de saúde mental do trabalhador podem ser gerados apenas pela natureza destas difíceis profissões, claramente agravados pela precariedade e falta de investimentos estruturais no setor penitenciário, além de salários indignos para uma melhor prestação de serviços. É sabido que muitos profissionais necessitam acrescentar valores à renda familiar utilizando suas horas de descanso necessário realizando “bicos’, ou a própria Diária Extraordinária de Jornada Especial Penitenciária, o Dejep.
CIPA
Identificar os riscos do processo de trabalho, estabelecer um plano de trabalho de cunho preventivo, participar da implementação, controle e avaliação de tais medidas, segundo prioridades estabelecidas, realizar inspeções de segurança nos ambientes de trabalho, e divulgar aos demais trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho são funções da CIPA.
Especificamente no Sistema Prisional, entendemos que a CIPA é um instrumento para representação e discussão dos principais problemas relacionados a segurança, saúde e bem estar do servidor, podendo participar da construção de mecanismos e ações para o aperfeiçoamento de métodos de trabalho.
Proposição de ações e políticas preventivas voltadas à humanização no ambiente de trabalho, melhoria de aspectos biopsicossociais e saúde mental, integrando diversos segmentos da unidade prisional para elaboração de trabalhos voltados ao servidor é a visão da comissão. Para isso, necessário que o Estado, por meio de investimentos, permita a possibilidade da concretização desse direito básico do trabalhador vinculado ao serviço público. Proteção e integridade física e emocional no trabalho do servidor penitenciário deveria ser prioridade, já que sua natureza de periculosidade e stress é geradora de adoecimento, agravado ainda mais por um ambiente precarizado.
Departamento Jurídico vai acionar STJ contra medida cautelar que havia autorizado cobrança para 2018
O presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, e integrantes do Departamento Jurídico do sindicato irão a Brasília na próxima semana para impedir que o imposto sindical obrigatório continue sendo descontado dos agentes de segurança penitenciária(ASPs). O fim da cobrança é uma das principais demandas da categoria, que têm reivindicando junto aos diretores do sindicato que esse desconto cesse imediatamente.
Na capital federal, o sindicalista e os advogados vão despachar uma petição junto ao Superior Tribunal de Justiça(STJ) com o objetivo de cassar uma liminar concedida pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho ao Sindasp-SP, em dezembro do ano passado. A liminar permitiu que o imposto sindical seguisse sendo descontado dos holerites dos ASPs.
Pela legislação vigente, os descontos feitos para o repasse dos valores aos sindicatos deverão ser facultativos, o que vai contra os princípios da medida cautelar.
O Departamento Jurídico também vai solicitar ao ministro que encaminhe ofício à secretaria da Fazenda e ao governo do Estado de São Paulo para que não sejam efetuados mais os descontos relativos ao imposto sindical, a não ser que haja autorização expressa do funcionário.
Sempre contrário à contribuição sindical obrigatória, o SIFUSPESP mantém sua coerência com mais essa medida. Caso você queira conhecer o andamento do processo online, acesse aqui:
Parceria da regional do Vale do Paraíba com Banco de Olhos de Sorocaba e Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor vai oferecer consultas e exames preliminares em 13 unidades da Corevali. Atendimento começa no próximo dia 28/03
A sede regional do SIFUSPESP no Vale do Paraíba organiza em conjunto com o Banco de Olhos de Sorocaba(BOS) e o Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor(Cqvidass), a partir de 28/03, um mutirão itinerante de atendimento oftalmológico para trabalhadores penitenciários de toda a Coordenadoria de Unidades Prisionais do Vale do Paraíba e Litoral(Corevali). Todo o atendimento será bancado via Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual(IAMSPE).
O atendimento vai ser distribuído em 13 diferentes unidades prisionais ao longo dos meses de março, abril, maio, junho e julho. Ônibus equipados com toda a estrutura clínica, para exames de pressão ocular e outros serviços de diagnóstico vão estar disponíveis para os interessados, que deverão se inscrever por telefone ou e-mail. Um médico, uma enfermeira e uma atendente farão o atendimento.
Para fazer o seu agendamento, ligue para (12) 3624-6797, no ramal 247, ou envie um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., informando seu nome completo, RG, número de inscrição no IAMSPE, o local e data onde será feita a consulta. Posteriormente, o trabalhador penitenciário poderá seguir com o tratamento, cirurgia ou novas consultas, que deverão ser feitos em Taubaté, São Paulo ou Sorocaba.
De acordo com Sonia Ponciano, coordenadora da sede regional do SIFUSPESP no Vale, a parceria só foi possível graças ao trabalho do servidor Eurípedes Eduardo Veiga, o Dudu, que procurou o sindicato para falar sobre o trabalho do Banco de Olhos de Sorocaba, que já havia feito um trabalho semelhante em Campinas.
“Essa parceria é muito importante para que o servidor possa receber um atendimento de alto nível em uma área tão sensível: o cuidado com os olhos, algo que muitas vezes pode passar despercebido dentro de tantos problemas de saúde aos quais estamos submetidos. Por isso, o SIFUSPESP quer prosseguir com esse trabalho para que a qualidade de vida do trabalhador melhore a cada dia”, explicou a sindicalista.
O sindicato somos todos nós, unidos e organizados!
Veja a seguir a lista com os locais e as datas de atendimento:
28/03: Sede Corevali
11/04: PII de Tremembé
18/04: PI e PII de Potim
25/04: CDP de São José dos Campos
27/04: PFII de Tremembé
09/05: CDP de Mogi das Cruzes
23/05: CDP de Suzano
06/06: PI de São Vicente
07/06: PII de São Vicente
08/06: CDP de São Vicente
03/07: CDP de Praia Grande
04/07: CPP de Mongaguá
18/07: CDP de Caraguatatuba
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