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Por Flaviana Serafim

O sistema prisional do Estado de São Paulo tem 100 servidores penitenciários confirmados com o novo coronavírus (COVID-19) até este sábado (9), dos quais sete morreram em decorrência do vírus, além de 69 casos suspeitos, aponta o levantamento feito pelo SIFUSPESP desde o mês de março. 

O primeiro caso confirmado pelo sindicato foi divulgado em 19 de março, o de um servidor do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário da capital, lotado na Penitenciária “A.E.V.P. Cristiano de Oliveira” de Flórida Paulista. Cinco dias depois, foi confirmado o contágio de um servidor administrativo do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Praia Grande, no litoral, e um policial penal do CDP de Americana, no interior. 

A primeira morte foi em 3 de abril, do policial penal Aparecido Cabrioti, da Penitenciária de Dracena, aos 64 anos. Apenas na primeira semana maio, outros quatro trabalhadores e trabalhadoras penitenciários perderam a vida por causa do coronavírus, o mais recente foi o falecimento do policial penal Marcelo José de Cerqueira, do CDP 1 de Guarulhos, que morreu no último dia 7. 

De 19 de março até 20 de abril, foram 18 casos confirmados e 25 suspeitos, com crescimento do contágio acentuado desde o final do mês passado, quando ocorreu um salto de 35 infectados, em 26 de abril, para os 100 atuais, aumento de quase 186% no período, de acordo com a apuração do SIFUSPESP. 



Na população carcerária, houve a morte de um detento na noite desta sexta-feira (8) na Penitenciária I de Mirandópolis, no Oeste paulista, de acordo com informações recebidas pela direção do sindicato. 

Segundo mapeamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), há 16 detentos confirmados com a COVID-19, sete óbitos e 69 casos suspeitos até este 9 de maio. 

Interior concentra maior número de servidores infectados

Entre os servidores penitenciários, a região Oeste do estado paulista é a que tem o maior número de casos, com 44 infectados, dos quais 12 somente na Penitenciária masculina de Tupi Paulista, sete na Penitenciária de Presidente Prudente e outros sete na Penitenciária de Pracinha. 

As unidades da capital e Região Metropolitana vêm em seguida, com 27 casos ao todo. A região central do Estado tem outros 20 servidores confirmados (Americana, Campinas, Itapetininga, Jundiaí e Sorocaba), além de oito no Noroeste paulista (Araraquara, Avaré, Jaú e Serro Azul) e um no litoral. 

> Confira os casos nas unidades de acordo com a região.

Quadro é grave, mas SAP ainda falha na proteção e prevenção

Mesmo com uma centena de trabalhadores e trabalhadoras penitenciários infectados, dentre estes sete mortos, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) continua sem tomar todas as medidas adequadas à prevenção da COVID-19. 

“Novamente o descaso da SAP levou o sindicato a ter que recorrer à Justiça. O tempo passa e a secretaria não segue o protocolo do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde para o ambiente prisional. A falta de EPIs continua uma realidade e sete servidores morreram, sem que a situação mude efetivamente”, critica Fábio Jabá, presidente do sindicato. Em conjunto com o SINCOP e o SINDASP, que compõem o Fórum Penitenciário Permanente, o SIFUSPESP impetrou ação civil pública contra a SAP neste 8 de maio. 

Além de equipamentos de proteção individual (EPIs), faltam álcool gel e outros itens de limpeza para prevenção ao contágio, e nas unidades onde há muitas vezes os insumos não são em quantidade suficiente, como a categoria tem denunciado ao SIFUSPESP. A recusa de afastamento a servidores do grupo de risco, dos maiores de 60 anos e de grávidas também estão entre as denúncias. 

Apesar das muitas reivindicações que vêm sendo feitas pelo sindicato, as unidades prisionais continuam sem profissionais de saúde para triagem diária dos servidores, e a SAP ainda mantém a transferência de detentos, outro agravante para proliferação dos contágios por todo o Estado de São Paulo. 

Por Redação SIFUSPESP

Devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19, a Diretoria Técnica de Saúde, do Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME), divulgou novo comunicado (DPME nº 049) confirmando que está mantida a suspensão na realização de perícias médicas agendadas para licença de tratamento de saúde ou por motivo de doença familiar. 

A suspensão ocorre desde 17 de março e as prorrogações prosseguem enquanto durar a situação de emergência pública por conta da pandemia. 

No período, os servidores que tiveram dúvidas quanto aos procedimentos a serem adotados por conta da suspensão devem entrar em contato com o DPME pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Confira o comunicado:

Por Redação SIFUSPESP*

O policial penal E. A. D, do Centro de Progressão Provisória (CPP) do Butantã, foi ferido com dois tiros na tarde desta sexta-feira (8), na Rua Malamir, no Jardim Umuarama, região do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. 

De acordo com as informações recebidas pelo SIFUSPESP, ele foi cercado por dois homens numa moto que dispararam vários tiros, ferindo o braço e as costelas do policial penal, e fugiram em seguida.

O servidor foi socorrido pelo resgate e conduzido ao pronto socorro local, onde passou por cirurgia nesta sexta-feira. Os tiros acabaram atingindo um dos rins e o pâncreas do policial penal, exigindo uma segunda cirurgia neste sábado (9). Ele está segue entubado e o estado ainda é grave, mas o quadro de saúde é considerado estável. 

A direção do sindicato está acompanhando o caso e divulgará outras informações quando que possível. 

* Alterado em 9/5/2020, às 18h08 para atualização de informações

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