por Giovanni Giocondo
O Grupo de Intervenção Rápida(GIR) precisou intervir em um raio da Penitenciária de Avanhandava, no interior paulista, após um princípio de tumulto registrado nesta sexta-feira (23).
De acordo com relatos de policiais penais que atuam na unidade, a ocorrência teve origem em uma indisciplina cometida por alguns detentos que se recusaram a retirar objetos que dificultavam a visibilidade para o procedimento de contagem.
Em razão do tumulto, os sentenciados envolvidos foram levados para o castigo, conforme procedimento de praxe, e isolados do convívio com os demais presos.
A Penitenciária de Avanhandava tem uma população de 1.112 presos, frente a uma capacidade total para somente 844.
Reportagem diz que vídeo foi feito “da muralha”, quando na ala de progressão elas sequer existem - somente no regime fechado estão presentes - o que configura erro de apuração, que deu como grande novidade fato inexistente. Investigação independente mostra que câmera estava no setor administrativo da unidade. Servidores da segurança e vigilância passam por fiscalização rígida com scanner corporal e revista antes de iniciarem expediente
por Giovanni Giocondo
Reportagem veiculada pelo Jornal da Band na noite desta sexta-feira (23) incorreu em uma “barriga” - termo jornalístico para tratar de matéria falsa ou errada feita com grande alarde, o oposto do furo - que acusa policiais penais de terem entrado irregularmente com celulares dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) II do Belém, na zona leste de São Paulo.
A prova? Uma filmagem feita a partir de um aparelho sem identificação, durante o princípio de rebelião ocorrido na ala de progressão penitenciária da unidade, no último dia 16 de setembro.
Em seu off(texto narrado enquanto são veiculadas imagens), o repórter afirma taxativamente que o vídeo foi feito “das muralhas” da unidade. O fato é que nas alas de progressão de qualquer um dos CDPs ou penitenciárias sob a gestão da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) não há muralhas, tampouco estão presentes os policiais penais que integram a carreira de agente de escolta e vigilância penitenciária(AEVPs). As muralhas só existem no setor da unidade que abriga detentos do regime fechado.
A matéria também entrevista uma advogada e uma desembargadora para tentar confirmar sua tese - errada - de que há risco para a segurança pública e presume a possibilidade de corrupção com a entrega de equipamentos eletrônicos aos presos em razão da entrada de celulares na unidade trazidos por policiais penais.
Enquanto em algumas imagens da matéria flamulam bandeiras de facções criminosas e de outras rebeliões e fugas sem relação com a ocorrência de setembro no CDP II do Belém, representantes dos trabalhadores são sequer ouvidos. O que a linha editorial da emissora tentou inferir? Que os trabalhadores alimentam o crime com celulares?
Para entrar na unidade e iniciar seu expediente, todos os policiais penais devem retirar de sua posse aparelhos de comunicação eletrônica, principalmente os celulares, assim como suas armas das quais detém o porte pessoal. Eles são submetidos a detectores de metais, scanners corporais e revista manual. Uma vez lá dentro, somente os AEVPs utilizam o armamento destinado a seu trabalho de vigilância das muralhas.
Apuração feita pelo SIFUSPESP com base em informações dos trabalhadores do sistema mostra que as imagens usadas pelo Jornal da Band foram feitas de dentro de uma sala do setor administrativo, para o qual os funcionários - que não tem nenhum contato com os detentos - não precisam passar sob a mesma fiscalização dos ASPs e AEVPs.
Como o repórter concluiu que aquela imagem era elemento suficiente para acusar toda a categoria de irregularidades e seu editor “comprou” a história, ainda é difícil entender. Seria pedir demais que a parte acusada pudesse contar sua versão dos fatos?
De qualquer forma, o sindicato entende que o responsável por ter feito a filmagem cometeu um erro e sua conduta precisa ser analisada pelas autoridades responsáveis e, em caso de identificação de responsabilidade, punido com o rigor da legislação.
Como funciona a segurança das unidades com relação a muralhas e celulares
O CDP do Belém II é dividido em regime fechado, onde estão atualmente 1.291 presos para 844 vagas, e semiaberto, local em que ocorreu o tumulto e vivem 181 detentos, apesar da capacidade para apenas 110. No dia em que aconteceu o motim, a ala de progressão penitenciária tinha 374 sentenciados.
Este é o parâmetro utilizado em todas as demais unidades prisionais. Quem está cumprindo pena no fechado, fica sob a custódia dos policiais penais que atuam como agentes de segurança penitenciária(ASPs) e vigilância dos AEVPs armados nas muralhas, e quem está no semiaberto, somente sob o olhar dos ASPs.
Reportagem feita pelo sindicato no dia da tentativa de rebelião mostrou que somente um servidor fazia a custódia de todos os presos da ala de progressão, em claro sinal de aprofundamento do déficit funcional, que inevitavelmente levou ao motim. O trabalho deste policial penal e dos demais que lhe vieram em apoio ao receber o chamado foi decisivo para impedir uma fuga em massa da unidade.
O SIFUSPESP já está em contato com o setor de jornalismo da TV Bandeirantes para sanar o que entende ser um equívoco da equipe de jornalismo da emissora.
Confira a seguir comentário do presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá, sobre o episódio:
Entorpecentes e outros objetos ilícitos estavam escondidos em produtos encaminhados por familiares e foram encontrados em Guarulhos, Franco da Rocha e São Bernardo do Campo
por Giovanni Giocondo
Policiais penais fizeram diversas apreensões de drogas e celulares em unidades prisionais da região metropolitana da capital ao longo desta semana.
Na terça-feira (20), com a ajuda do raio-x, os servidores do Centro de Detenção Provisória(CDP) de São Bernardo do Campo encontraram um chip de celular escondido no solado de um tênis enviado por um familiar de um preso.
Já na Penitenciária I de Franco da Rocha, os policiais penais encontraram quatro papéis semelhantes à droga K4, também ocultos dentro de um calçado que também fora encaminhado via sedex por um parente para um sentenciado. O caso aconteceu na quarta-feira (21).
Ainda em Franco da Rocha, mas na Penitenciária III, os servidores apreenderam mais da droga K4, desta vez escondida em um tubo de pasta de dentes na terça-feira, e cinco chips de celular e droga sintética enviados a um detento camuflados em barras de sabonete, na quarta.
Por último, o CDP II de Guarulhos registrou na última quarta-feira a apreensão de dois microcelulares, um chip e substância análoga à maconha, novamente ocultos dentro de um par de tênis enviado por familiares de presos.
Todas as ocorrências foram registradas nos distritos policiais mais próximos das unidades prisionais, além de terem sido aberto procedimentos de apuração internos para identificar a responsabilidade dos detentos nas tentativas de entrada das drogas e dos celulares nas unidades prisionais. Os familiares envolvidos devem ser suspensos do rol de visitas.
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