Servidores penitenciários a serviço da manutenção da legalidade e do cumprimento da Lei de Execução Penal e a apreensão de ilícitos
Na semana passada, uma mulher de 29 anos usou as chupetas de seu filho de 1 ano, na tentativa de transportar maconha para dentro da Penitenciária “AEVP Jair Guimarães de Lima”, a P1 de Potim. A droga foi apreendida no sábado, dia 1, graças ao trabalho de inspeção dos servidores da unidade.
A droga estava escondida dentro das bases de plástico ocas que seguram as alças das chupetas. A suspeita pretendia entregar o entorpecente a seu companheiro, pai do bebê, que encontra-se preso nesta unidade prisional.
De certa forma é chocante saber que uma mãe usou uma criança tão pequena, que desconhece a sua realidade, como “mula” de drogas. Quem desconfiaria do babador de um bebê? Os agentes penitenciários desconfiam, porque zelam pela mais restrita segurança. Desconfiaram e encontraram drogas carregadas neste objeto pueril e inocente.
Desde o ano de 2017, tem sido recorrente, de certa forma, agentes penitenciários encontrarem entorpecentes em fraldas de bebês, por exemplo, também levados por suas mães para a prisão, geralmente aproveitando-se da oportunidade de de visita ao companheiro conjugal.
Essa prática é conhecida pela polícia militar, nas ruas. Tem sido um meio comum utilizar crianças de colo para o tráfico de drogas, ou utilizar da aparência frágil de um bebê e da leitura social do senso comum de que mães são protetoras.
A intenção é não gerar desconfiança, entretanto é notado um determinado padrão nas diversas maneiras de carregar não apenas entorpecentes, mas também celulares e acessórios, além de cartas, escritas inclusive nas roupas das visitantes, com mensagens que serviriam de informações para membros de facções criminosas.
Carregamento de drogas, seja para dentro de presídios ou do lado de fora dos muros das prisões, nas cidades, nas estradas, possui a característica de um determinado uso de criatividade para “criar” esconderijos que permitem o trânsito de ilícitos.
O recebimento de material pelo correio também traz surpresas nas penitenciárias, assim como acaba sendo repetitivo. As práticas aparecem obedecendo certo ciclo de “sobrevivência”. Solas de calçados, por exemplo, há muito são utilizadas para o transporte. Muitas vezes, o agente não dispõe do aparelho de raio-x e ainda assim encontra.
O padrão repete-se pelas penitenciárias brasileiras como um todo. Droga em alimentos, seja disfarçada de feijoada, misturados na macarronada ou embrulhadas na carne de panela são um exemplo. Pacotes de achocolatados e sabão em pó foram muito usados neste ano.
Inegavelmente, uma das constantes são as mulheres que carregam materiais ilícitos em suas partes íntimas. Mulheres são as mais suscetíveis a aceitarem serem usadas como mulas (indivíduo que conscientemente transporta a droga), principalmente para serem entregues a seus companheiros. O número de mães que se envolvem com o tráfico também tem aumentado.
A razão pode ser por medo de que aconteça algo ao filho preso, já que o crime organizado oprime parte da população carcerária, sendo que aquilo que é levado serviria de pagamento de alguma dívida do indivíduo, seguindo determinadas regras ditadas por organizações criminosas.
Em contrapartida, os presídios femininos têm se enchido de mulheres que portavam uma quantidade relativamente pequena de drogas, e que acabam tendo o crime cometido qualificado como tráfico.
Os scanners corporais são excelentes aliados dos trabalhadores penitenciários no impedimento da entrada de material ilegal nos presídios, quando portada por visitante. Mas é importante lembrar que existe uma rede de informações interna e de aprendizado entre os agentes penitenciários de observação de comportamento suspeito e de uma inteligência não oficial que “cataloga” as diversas maneiras de tentativa de burlar a lei.
A criatividade dos criminosos é grande, mas a capacidade de observação e o cuidado no trabalho dificultado pelo déficit funcional e falta de estrutura, a superlotação, e outros problemas que atrapalham o desempenho do trabalho horário de visita, mostra uma capacidade criativa de desvendar o crime superior, quem sabe mais sábia, já que o sistema neste momento não favorece o trabalhador.
Seguem as apreensões do último final de semana, dias 8 e 9 de dezembro, resultado do trabalho de agentes penitenciários do Estado de São Paulo, divididas por coordenadorias:
-Capital e Grande São Paulo - destaque para Diadema por apreensão de maconha, cocaína e LSD. No link, apreensões realizadas em outras unidades prisionais da região http://www.sifuspesp.org.br/noticias/6221-apreensoes-na-capital-e-grande-sao-paulo-09-12-2018
-Vale do Paraíba e Litoral - apreensões de cocaína e maconha em Suzano, São Vicente e Potim. Todos os casos mulheres carregando droga na tentativa de entregar ao companheiro preso na determinada unidade. Segue detalhes no link: http://www.sifuspesp.org.br/noticias/6217-apreensao-no-vale-do-paraiba-e-litoral-09-12-2018
-Região Noroeste - Cocaína, maconha e celulares. Um dos casos o ilícito foi levado pelo pai, nos pertences a serem entregues ao filho preso. Segue o trabalho dos agentes de Bauru, Avanhandava, Balbinos e Reginópolis: http://www.sifuspesp.org.br/noticias/6218-apreensao-na-regiao-noroeste-09-12-2018
-Região Central - Em Hortolândia apreensão de maconha, cocaína, estimulantes sexual e um bilhete. Ainda, Itirapina, Sorocaba e casa Branca no link:
http://www.sifuspesp.org.br/noticias/6219-apreensoes-regiao-central-09-12-2018
-Região Oeste - “Cigarros de maconha”, microcelular e “k4”, também conhecida como maconha sintética. Confira as apreensões nas diversas unidades da região: http://www.sifuspesp.org.br/noticias/6220-apreensoes-na-regiao-oeste-09-12-2018
Em nome da mãe de um sentenciado, um SEDEX chegou a Penitenciária “João Augustinho Pannucci” de Marabá Paulista nesta quarta-feira (05/12) contendo um par de tênis que escondia no solado 100 gramas de substância esverdeada aparentando maconha.
Fonte: SAP
www.sap.sp.gov.br
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informa sobre as apreensões realizadas no último final de semana, 8 e 9 de dezembro, com visitantes de presídios em todo o estado.
Todos os casos foram registrados por meio de boletim de ocorrência e os visitantes flagrados foram automaticamente suspensos do rol de visitas.
Em cada uma das apreensões, os presos foram isolados e respondem a Procedimento Disciplinar para apurar a cumplicidade daqueles que receberiam os materiais ilícitos.
Capital
No Centro de Detenção Provisória de Vila Independência os agentes de segurança apreenderam, dois pedaços de arame semelhante a fio de solda escondidos nas alças laterais da sacola pertencente à esposa de um detento. A visitante foi surpreendida durante procedimento de revista, quando da passagem de sua sacola de alimentos pelo aparelho de raio X da unidade.
No Centro de Detenção Provisória de Pinheiros I, a genitora de um detento, ao ser submetida ao procedimento de revista com scanner corporal foi constatada a presença de uma moeda de R$ 1,00 no bolso de sua calça.
No Centro de Detenção Provisória de Pinheiros III, o equipamento de scanner corporal registrou objeto estranho em uma visitante, companheira de um recluso. A apreensão revelou ser maconha que estava no forro de absorvente higiênico.
Diadema
No Centro de Detenção Provisória de Diadema registrou duas apreensões envolvendo companheiras de presos. Uma das visitantes foi surpreendida durante o procedimento de revista ao passar pelo scanner corporal. Ela tentava adentrar no CDP portando quatro invólucros, sendo dois com maconha e outros dois invólucros com cocaína. As substâncias estavam escondidas em suas vestes íntimas.
A outra visitante, também surpreendida no CDP de Diadema durante o procedimento de revista feita pelo scanner corporal, portava um invólucro contendo três embalagens com maconha, quarenta pequenos pacotes contendo cocaína, um selo com 100 partes de droga sintética supostamente sendo LSD e um invólucro com elásticos para aparelho dentário. Todas essas apreensões estavam introduzidas em sua genitália.
Itapecerica da Serra
No Centro de Detenção Provisória "ASP`Nilton Celestino", de Itapecerica da Serra, uma visitante, cadastrada como companheira de um reeducando, foi flagrada durante o procedimento de revista feito pelo scanner corporal. Ela tentava adentrar na unidade prisional com um invólucro contendo maconha que estava introduzida em seu corpo.
Guarulhos
No Centro de Detenção Provisória I "ASP Giovani Martins Rodrigues", de Guarulhos, registrou duas ocorrências. Em uma delas, a companheira de um preso foi surpreendida ao ser submetida à revista corporal mecânica no aparelho scanner corporal com porções de maconha. A droga estava no cós e barras de sua calça de moletom e pesavam, aproximadamente, 77 gramas.
Na outra apreensão, a companheira de preso foi flagrada na revista corporal mecânica, realizada pelo aparelho de scanner corporal, com uma porção de cocaína, em seu corpo- aproximadamente 131 gramas.
Franco da Rocha
No o Centro de Progressão Penitenciária de Franco da Rocha registrou a ação de uma companheira de um sentenciado que foi surpreendida no momento em que passava pelo scanner corporal. Ela tentava adentrar na unidade prisional com um invólucro de cocaína, escondidos em seu corpo.
Outras apreensões foram feitas em Franco da Rocha, sendo três ocorrências na Penitenciária I "Mário de Moura e Albuquerque" e uma na outra na Penitenciária II "Nilton Silva". Nas apreensões da PI de Franco, o scanner corporal indicou a presença de objetos estranhos nos corpos das visitantes. Nos três casos registrados, as drogas cocaína e maconha estavam introduzidas na área genital.
Na Penitenciária II "Nilton da Silva" de Franco da Rocha, a companheira do preso foi surpreendida, tentando adentrar portando um micro aparelho de celular. Durante revista por scanner corporal foi identificado o invólucro composto de plástico filme, fita isolante e papel carbono introduzido em sua genitália.
A companheira de preso foi pega em flagrante ao tentar ingressar na Penitenciária III "José Aparecido Ribeiro", também de Franco, portando cocaína e maconha, além de uma porção de comprimidos azuis, aparentemente ecstasy, que estavam acondicionados em um invólucro escondido em seu corpo.
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