É com muita tristeza que o SINPPENAL comunica o falecimento do policial penal aposentado José Carvalho, aos 80 anos, nesta terça-feira, dia 28 de outubro. Ele foi guarda no IRT P2 de Tremembé.
Assim como seu filho, William, que foi policial penal e atualmente é investigador da polícia civil, José Carvalho foi referência de amizade e tinha um enorme senso de coletividade ao desempenhar as funções de policial penal.
O sepultamento está marcado para esta quarta-feira, dia 29, às 10h, no Cemitério Municipal de Taubaté.
Denúncias recebidas pelo SINPPENAL, nesta terça-feira (28), dão conta de que um policial penal sofreu agressão por parte de um preso na Penitenciária de Iperó. A agressão teria ocorrido quando o policial penal levava o preso para o Pavilhão Disciplinar por burlar a vigilância na tranca no período da manhã. Ele agrediu com as algemas, ferindo o rosto de policial penal. Além do corte e hematomas no rosto, o profissional ainda sofreu ferimentos na cabeça (o preso bateu a cabeça do policial na parede).
Essa situação mostra as condições precárias de trabalho dos policiais penais nas unidades prisionais, tantas e tantas vezes alertadas pelo SINPPENAL, como fator de extremo perigo para os profissionais e para os próprios presos. Além da superlotação, a relação entre o número de detentos e o de policiais penais em São Paulo é desproporcional.
Dados de 2023 já mostravam que as unidades prisionais da Região Metropolitana de Sorocaba, que englobam os presídios localizados em Sorocaba, Capela do Alto, Iperó, Mairinque e Votorantim, tinham quase 50% mais presos do que a capacidade delas permite.
Segundo dados da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), na época, as cinco unidades possuíam, juntas, 7.500 vagas, porém registrando uma população de 10.997 presos, 46,63% a mais do que deviam comportar. É o já conhecido “bomba relógio”, sempre prestes a explodir.
Em Iperó, a população carcerária é de 3.089 presos em uma local cuja capacidade é de 1.851 prisioneiros, ou seja, 166,89% da lotação, representando 29,39% acima do máximo de superlotação que é de 137,5%, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). São 20,32 presos por policial penal no local, quatro vezes o recomendado.
Em maio de 2025, foi noticiado que algumas unidades prisionais operavam com uma proporção de 26 presos por agente, muito acima do ideal. Comparativamente, em 2017, já se apontava que a proporção em São Paulo era a metade do recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Um preso morre e três ficam feridos em Iperó
O barril de pólvora em que se transformou o sistema carcerário do Brasil deixou mais uma mostra das péssimas condições em que trabalham os policiais penais, que vivem sob extremo estresse. Na mesma Penitenciária Odon Ramos Maranhão, de Iperó, onde o policial penal foi agredido nesta terça-feira, um outro incidente deixou um preso morto e três feridos.
O incidente aconteceu após um tumulto, em que os próprios presos atearam fogo na cela de inclusão, na noite de segunda-feira (27), o que provocou um incêndio no local.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), as vítimas foram socorridas por policiais penais e encaminhadas a um hospital de Itapetininga (SP) e ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Um dos presos teve problemas nas vias aéreas por conta da fumaça e o outro está internado com queimaduras.
No Dia do Servidor Público Estadual de São Paulo, celebramos e, sobretudo, refletimos sobre a essencialidade desses profissionais que dedicam suas vidas ao bem-estar e ao funcionamento do nosso estado. É um dia de reconhecimento, mas também de uma luta contínua por dignidade e justiça.
Em meio a desafios crescentes, como a proposta de reforma administrativa que tramita no Congresso Nacional, nossos servidores se veem na linha de frente para defender direitos conquistados e assegurar a qualidade dos serviços públicos. Essa batalha é de todos nós, pois o enfraquecimento do serviço público afeta diretamente a população.
Muitos desses heróis diários, como os *Policiais Penais de São Paulo, enfrentam realidades duras: **salários que mal cobrem as necessidades básicas* e *condições de trabalho precárias*, que colocam à prova não apenas sua resiliência, mas também a eficiência de suas atribuições. Eles, e tantos outros em diversas áreas, são a espinha dorsal do nosso estado, garantindo segurança, saúde, educação e infraestrutura, muitas vezes com recursos limitados e em ambientes desafiadores.
É fundamental que a sociedade compreenda a importância de valorizar esses trabalhadores. Um servidor público motivado e bem remunerado é sinônimo de serviço de qualidade para todos. A desvalorização salarial não só compromete a subsistência de milhares de famílias, mas também desestimula a entrada de novos talentos e a permanência de profissionais experientes.
Que este Dia do Servidor Público Estadual sirva como um chamado à atenção da população. Nossos servidores, com sua dedicação incansável, merecem nosso respeito, apoio e, acima de tudo, condições justas para exercerem suas funções com a excelência que o povo paulista merece. A luta por direitos não é apenas deles, mas um investimento no futuro e na qualidade de vida de toda a sociedade. Juntos, somos mais fortes!
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