Por que o Projeto do Alckmin é o PL da Morte?
Fixe-se na sua realidade. O funcionário do sistema prisional não precisa que lhe contem a realidade. Ele vê. O trabalhador penitenciário não é personagem de jornal. Mas é usado como torturador para que falem sobre os direitos humanos dos presos. O Agente diariamente é feito de vilão. Mas o trabalhador carcerário não é personagem de seriado ou de novela. Fixe-se na sua realidade que ninguém lhe engana.
O Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo está na sua mente. A superlotação é o prato servido ao trabalhador na entrada. A falta de funcionários, substituição de função, a negociação indispensável com o preso para cadeia não explodir, ser refém, artefatos que matam confeccionados com qualquer objeto.
Para o jornal é festival e dá ibope para televisão, rede para Internet e receita para político. Mas a realidade é sua. É a morte do colega anunciada na semana que dói no seu peito. São 45 anos de expectativa de vida. Você conhece algum companheiro de farda que não tenha sido afetado pelo campo de guerra onde você trabalha?
Ninguém engana você. Você sabe o quanto rende seu salário sem o reajuste e data base previsto por lei. Você sabe que é seu direito não é aumento. E são quatro anos sem reajuste salarial. E agora contam para você que durante dois anos não haverá investimentos no sistema prisional. E nem no restante do que sua família precisa. Não é necessário mais do que a sua realidade para entender por que do projeto psdbista ficou conhecido como o PL da morte.
Não precisava de uma lei que somasse a morte para que você estivesse perto dela. Ninguém engana o trabalhador se ele se focar apenas na sua realidade. Foque na realidade. Você já está em guerra. Assuma, não o seu papel, mas que você é: TRABALHADOR DO SISTEMA PENITENCIÁRIO. Para quem ninguém precisa contar nenhuma versão da história.
Você já luta para sobreviver. Lutaria por um pouco mais? Por algo que lhe foi roubado aos risos? Entre no campo de batalha contra outro tipo de crime que é quando se retira um direito que garantiria a vida. Aquela mesma, com expectativa de um pouco mais de anos do que você tem. Entre para outra batalha. Você não precisa nem mostrar força e coragem. Eles têm medo de você porque é você que enfrenta a lida com quem cometeu as piores atrocidades. Então entre para luta do trabalhador. Você já está em guerra. E eles não virão com flores.
Por que o Projeto do Alckmin é o PL da Morte?
Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, quinta-feira (14/05), a base do governo Alckmin mostrou que governa sozinha. O apelo ofensivo de deputados para que o trabalhador presente não se manifestasse mostrou que a democracia para eles é a vontade dos mesmos.
O deputado Cauê Macris(PSDB), presidente da mesa da Casa Parlamentar, discursou: “ Aqui é a casa do povo onde sempre prepondera a democracia. Deixem os deputados discutirem um projeto de extrema importância, do contrário serei obrigado a pedir uso de força”.
Segundo deputados da oposição e o testemunho dos olhos de quem acompanhou o processo desde o lançamento do Projeto de Lei 920/2017, o PL não foi discutido. Foi colocado em votação em regime de urgência. E apesar de tentativas da minoria e de uma pequena parte da base do governo ter se mostrado contrária ou indecisa a princípio, foi aprovado de maneira atropelada. O processo do projeto atropelou a voz do povo que ao tomar conhecimento de suas perdas tentou gritar o NÃO que gostariam que fosse dado pelos deputados, rejeitando o PL.
A Alesp não foi Casa do Povo. E não tem sido. A maior parte dos deputados não cede ao apelo popular. Não cede a manifestação contrária nas redes, nas ruas ou lá dentro. Não cede a situação dos hospitais, das escolas, dos presídios abandonados por eles a própria sorte. À sorte do servidor público que tem que trabalhar com o nada que lhe é dado de instrumentos. E sem recompensa salarial.
Os deputados mentiram ao dizer que faziam uso da democracia usando de censura, não exercendo o dever constitucional de servir, representar os interesses do povo, retirando direitos básicos para a sobrevivência. Com falsos argumentos da necessidade de pagar uma dívida estatal e na prática ferindo o direito do trabalhador, falso argumento de falta de orçamento, com o uso de uma emenda (emenda 05) que não terá serventia para a maioria dos funcionários públicos, afirmando que o projeto é benéfico.
Um deputado usou o nome de Deus para dar credibilidade à mentira. E outro já havia dito que “um vento soprou de Brasília” e que muitos foram levados pelo tal vento. Está registrado. Quem disse a verdade? Sem defesa partidária, apenas observando fatos, responda o leitor.
Veja a seguir como cada deputado votou o PL 920/17:
Por que o Projeto do Alckmin é o PL da Morte?
Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(Alesp) da última quinta-feira (14/10), quando o Projeto de Lei 920/2017 que precariza os serviços públicos não permitindo injeção monetária de investimentos, alguns parlamentares tentaram provar que o governo Alckmin beneficia o trabalhador. No entanto a argumentação não tem peso e foi quebrada pela oposição governista. É o que salientou o Dep. Estadual Teonilio Barba(PT), um dos duros críticos do projeto.
O PL 920/2017 de autoria do governador Geraldo Alckmin(PSDB) renegocia uma dívida 15 bilhões que o Estado tem com a União e justifica a necessidade de proibir acréscimos de gastos “despesas primárias”. Ou seja, o governo e a base aliada aprovaram uma lei que, como dito pelo deputado Alencar Santana(PT) “joga nas costas da população mais pobre e do trabalhador a conta da dívida de um Estado quebrado por ele”.
Despesa primária é aquela em que o governo não considera os efeitos financeiros, decorrentes dos juros. É a primeira despesa do governo, aquela que ele dispõe para executar suas políticas públicas, ou seja, o que beneficia diretamente a população. Ao dispor de um empréstimo bancário, o governo arrecada uma receita, mas terá duas contrapartidas (encargos): quitar o saldo principal e ir pagando juros. Essa despesa com juros é denominada despesa nominal, e não integra o primário.
A questão salarial é apenas uma das pontas do PL, que assim que publicado em diário oficial passa a ter validade como lei. Não haverá implementação de investimentos nos serviços básicos de direito da população sendo eles educação, saúde, saneamento básico, assistência social, segurança pública, ou qualquer outro.
O presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo(SIFUSPESP), Fábio César Ferreira Jabá, questiona qual área social não necessita de aplicação e investimentos.
“Os serviços prestados são precários porque não se investe. No campo da segurança pública, por exemplo, segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 70% do orçamento foi destinado em 2017 para construção de presídio. Entretanto o Estado de São Paulo ainda não entregou cinco dos que estão sendo construídos com todo o problema de superlotação. E a população carcerária só aumenta. Ademais, aumenta-se o número de presídios, mas falta funcionário e os que estão em funcionamento padecem por falta de estrutura”, afirmou o presidente.
Dos 30% restantes do orçamento, os investimentos em infraestrutura e melhorias, e aqui inclui-se o salário dos servidores estão numa fatia ínfima de menos de 10% do total do Orçamento. Ou seja, já não há dinheiro destinado a melhoria salarial e com o congelamento, sem um acréscimo orçamentário, seria quase impossível ao menos o reajuste inflacionário, que nem aumento é considerado.
“Consideramos que o plano psdbista de precarizar os serviços para vendê-los às empresas do exterior. Caso o servidor permita que os governos continuem a levar em frente essas leis mentindo que elas nos beneficiam, perderemos nosso meio de sobrevivência. E não teremos mais resguardo de serviços gratuitos estatais”, afirma Wellington, diretor jurídico.
Não é verdade?
Alguns deputados da base do governo que apoiaram a aprovação do PL 920/17 ainda afirmam que a realidade do futuro que é descrita “seria apenas um alarde da oposição, do partido do PT e de sindicalistas e que a questão salarial do servidor público não é tocada pelo projeto, mas resguardada por uma emenda aglutinativa ao texto". E acrescentam, que é provável inclusive que o governo conceda 5% de aumento em janeiro.
Entretanto, segundo a oposição, ainda com a emenda aglutinativa colocada usada como manobra de justificativa perante o servidor público para a aprovação. Embora a emenda permita, em tese ,o aumento de salário, ela determina o cumprimento das limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal que limita a possibilidade de qualquer tipo de acréscimo aos vencimentos passado um limite do orçamento.
"Com o orçamento congelado, isso se converte em um mecanismo ineficaz. Se o governador, após estudos orçamentários encontrar argumentos qualquer para impedir que isso ocorra, já provou que o fará, por quatro anos", salienta Wellington, diretor jurídico.
Segundo o deputado Carlos Gianazzi (PSOL), trata-se de uma emenda falsa, que apenas enfeita e nada acrescenta ao PL como modificação real de viabilização de melhoria de remuneração. E ademais, ”não se viu nenhum esforço, claro, em outro setor para gerar economias que impeçam o sacrifício de nossos direitos", salientou Welington.
SIFUSPESP
Se é verdade, o que tem sido dito alguns deputados, que o projeto não prejudica o funcionalismo público, que a palavra do governo seja honrada. Esperamos que cumpram e nos conceda aumento, depois de anos de espera, ainda mais em um ano eleitoral! Vamos esperar por janeiro e ver se o governo é capaz de cumprir o que se tem propagado na rede.
Depois de quatro anos sem o governo abrir negociação salarial. Esse argumento quer justificar o injustificável que é a limitação dos recursos no serviço público para condições de trabalho e que dá continuidade ao arrocho salarial, já que corta investimentos. E afinal de contas como diz o evangelho: fé sem obras é vã.
O Sifuspesp propõe que façamos assembléias para entender o problema e dar encaminhamento a manifestações e o que for deliberado pela categoria", informa Fábio Jabá.
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