Reunidos ontem na Alesp, trabalhadores decidiram se unir em ato para evitar aprovação do PL 920/2017, que prevê congelamento dos investimentos públicos pelos próximos dois anos
Trabalhadores penitenciários, policiais civis e militares, professores, médicos, enfermeiros, funcionários de tribunais, do metrô, da Sabesp e de diversas outras categorias do funcionalismo paulista decidiram que vão lutar nas ruas, no próximo dia 27/10, contra o desmonte dos serviços públicos proposto pelo governador Geraldo Alckmin.
A manifestação acontecerá na avenida Paulista, em frente ao prédio da Presidência da República, a partir das 16h.
A medida foi aprovada nesta terça-feira, 17/10, durante uma plenária que reuniu mais de 500 representantes de sindicatos, movimentos sociais e trabalhadores de base, além de deputados das bancadas do PT, PSOL e PC do B. O encontro aconteceu no auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(ALESP).
Os servidores repudiam o projeto de Lei 920/2017, enviado à Casa pelo tucano e que propõe o congelamento dos investimentos feitos pelo Palácio dos Bandeirantes nos próximos dois anos, o que inclui o arrocho salarial dos servidores e o sucateamento dos serviços públicos que atendem à maioria da população paulista.
União das centrais e dos trabalhadores faz governo recuar da urgência
Na assembleia, os trabalhadores construíram um consenso em torno da importância da união de todas as centrais sindicais e das diversas categorias do funcionalismo paulista para derrotar a nefasta proposta do governador. E ressaltaram que mais do que o funcionalismo, quem vai sofrer de fato com a proposta encaminhada pelo tucano é a população, diante do pleno sucateamento dos serviços públicos essenciais.
Além de realizarem a manifestação do dia 27, algumas categorias decidiram que farão paralisações com o intuito de impedir que os deputados aprovem o PL 920/2017. Após a pressão feita pelos trabalhadores e pelos deputados das bancadas do PT, do PSOL e do PC do B durante a reunião do colégio de líderes, o governador recuou do regime de urgência da tramitação da matéria nas comissões internas da Casa.
Os parlamentares também apresentaram uma carta de reivindicações elaboradas pelos servidores, incluindo a realização de concursos públicos e o reajuste imediato dos salários, e conseguiram aprovar a convocação do secretário estadual da Fazenda, Renato Vilela, para uma audiência pública sobre o Orçamento. A audiência acontecerá no dia 26/10, às 14h na própria Alesp, véspera da manifestação do funcionalismo público.
Deputados contrários ao projeto escancaram objetivos de Alckmin
O deputado Carlos Giannazi(PSOL), deixou claro que o orçamento do Estado de São Paulo para 2017, acima dos R$200 bilhões, é suficiente para garantir os reajustes salariais dos servidores - muitos dos quais estão sem aumento há mais de quatro anos - e elevar os investimentos em setores essenciais do serviço público. “São Paulo é um laboratório do que o PSDB quer fazer em todo o Brasil”, alertou Giannazi.
Raul Marcelo, também do PSOL, informou que além de congelar os investimentos, o projeto de Alckmin também visa a rolar a dívida ativa de São Paulo, atualmente na casa dos R$230 bilhões, para que ela não seja paga pelos próximos dois anos. Essa paralisação nos pagamentos no entanto, deve gerar mais prejuízos ao erário. “Só com os juros que serão pagos em caso de aprovação desta matéria, estão estimados R$18 bilhões”, esclareceu.
Os deputados Alencar Santana Braga, João Paulo Rillo e Beth Sahão, entre outros do PT, disseram que o projeto tem como objetivo “sinalizar ao mercado financeiro” que o pré-candidato à presidência Geraldo Alckmin pode ser o “candidato da austeridade”. “Existe uma articulação muito clara com as políticas adotadas pelo governo golpista de Temer”, bradou a deputada Beth Sahão.
“O que o governador quer com esse projeto é atender aos interesses do grande empresariado e dos bancos e se impulsionar como político que esfola o povo e o funcionalismo público para garantir à elite a manutenção de seu status”, finalizou a parlamentar.
Servidores do sistema prisional na luta contínua por mais direitos
Com um histórico recente de lutas que empolgou a todos os trabalhadores brasileiros - sobretudo após a ocupação do Ministério da Justiça e da Câmara dos Deputados, em maio - os servidores do sistema prisional reafirmaram sua parceria com as demais categorias do serviço público na batalha pela não aprovação do PL 920/2016.
“Já estivemos em Brasília e derrotamos parcialmente a Reforma da Previdência, ao lado de outros companheiros. No dia 27, estaremos na linha de frente dessa manifestação para demonstrar nosso completo repúdio ao projeto encaminhado pelo governador. E ficaremos em pé, pressionando, até que ele seja retirado da pauta”, ressaltou o presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá.
Em sua fala durante a plenária, Jabá fez menção aos casos de agressões contra funcionários do sistema prisional paulista que têm se proliferado em 2017 - apenas em Tupi Paulista, no último fim de semana, cinco servidoras foram atacadas por uma presa, para transmitir aos demais trabalhadores os dramas vividos pela categoria muito além da falta de reajuste salarial, que não acontece desde 2014.
O presidente do sindicato também falou sobre o aumento do número de suicídios de agentes penitenciários neste ano, que têm relação direta com o adoecimento dos funcionários diante de um sistema superlotado, insalubre e insustentável.
“Estamos morrendo, com maior frequência e cada vez mais cedo, devido ao abandono e à irresponsabilidade por parte do Estado de São Paulo quanto à valorização, ao reconhecimento e o suporte à nossa função, que é a de fazer com que os detentos cumpram suas penas”, explicou Jabá.
Para o sindicalista, a pressão do cotidiano no trabalho é gigantesca, e com recursos públicos congelados ela só tende a aumentar e se tornar insuportável. “Por isso vamos ficar ao lado de todos vocês e lutar até o fim para que esse projeto não seja aprovado”, garantiu.
Durante a plenária, também foi feito um minuto de silêncio em homenagem a Daniel Grandolfo e aos diretores José Cícero de Souza e Edson Chagas, todos do Sindasp-SP, falecidos após um trágico acidente automobilístico ocorrido na última sexta-feira, 13/10, em uma rodovia do interior de São Paulo.
Programe-se para ir à manifestação!
Os trabalhadores penitenciários, policiais civis e os parentes de policiais militares(PMs são proibidos por lei de participar de manifestações) vão se concentrar para o ato do dia 27/10 em frente ao Departamento de Inteligência da Polícia Civil em São Paulo, que fica na rua Brigadeiro Tobias, nº 527, no centro da capital paulista, a partir das 13h.
De lá, eles seguem para se encontrar com servidores da saúde, da educação, do judiciário e de outros segmentos na avenida Paulista.
Se você é servidor do sistema prisional e quer participar desta manifestação pública, procure o SIFUSPESP. O sindicato vai organizar caravanas partindo do interior e do litoral para que o movimento se agigante e tome as ruas de São Paulo nesse protesto pela manutenção dos direitos do trabalhador.
Entre em contato por qualquer um dos telefones das regionais do SIFUSPESP, no link: http://www.sifuspesp.org.br/quem-somos/regionais e informe-se.
Junte-se à luta! Filie-se!
Distúrbios do Sono são um problema frequente entre os trabalhadores do sistema prisional devido ao estressante ambiente de trabalho
A tensão diária exigida pela profissão de agente penitenciário ou de escolta e vigilância somada às péssimas condições de trabalho deste servidor acarretam diversas doenças, entre elas a Insônia, que é um dos Distúrbios do Sono.
Por essa razão, a Base Sindical do Sifuspesp em Caraguatatuba, junto ao Ambulatório de Saúde Mental da Prefeitura Municipal realizam nesta quarta-feira (17/10) a palestra “A Saúde do Servidor - Insônia”, no auditório da Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba(FUNDACC).
O evento é destinado aos servidores do sistema prisional. Rogério Grossi, diretor de base do SIFUSPESP e coorganizador do evento afirma que a palestra foi idealizada em função da necessidade de um apontamento para melhorar a qualidade de vida do trabalhador.
“O ambiente de trabalho dos servidores do sistema prisional favorece o desenvolvimento de diversas doenças, distúrbios, entre outros. Cuidar da saúde e ter uma vida com qualidade tem se tornado um dos principais desafios da categoria”, afirma Grossi.
Grossi ainda afirma que a quebra constante do ciclo do sono, as pressões de que passam aqueles que trabalham dentro de um presídio superlotado, com pouquíssima infraestrutura, falta de efetivo, entre outros levam a alterações de humor o que, também acaba levando ao problema insônia.
“A insônia começa não quando perdemos o sono, mas sinaliza quando dormimos, acordamos e a partir daí não conseguimos mais pegar no sono. Nosso trabalho nos leva a constante liberação de adrenalina. Trabalhamos com necessidade de hiperatenção. Quebramos os ciclos do sono,ainda que trabalharmos no período diurno. A ansiedade vai pra cama, a preocupação com o dia seguinte ou a memória do dia anterior”, ele explica.
A palestra é um apoio ao servidor que sofre com essas alterações,não apenas por trocar o ciclo biológico do sono, mas principalmente pelo estado de alerta em que trabalha e que acaba levando a doenças, entre eles os disturbios do sono, comoa insônia.
Serviço
Palestra "Insônia" às 14h na Fundacc - Rua Santa Cruz, 396 - Centro, Caraguatatuba - SP
Sindicato vai à Alesp amanhã em ação para tentar barrar tentativa do tucano de congelar salários do funcionalismo e sucatear serviços públicos pelos próximos dois anos
Integrantes do SIFUSPESP participarão nesta terça-feira, 17/10, de uma plenária do funcionalismo público organizada para tentar barrar a tentativa do governador Geraldo Alckmin(PSDB), de congelar pelos próximos dois anos os investimentos feitos pelo Estado em São Paulo nos serviços públicos. A medida inclui o não reajuste dos salários dos servidores, que estão sem aumento desde 2014.
O movimento conjunto com sindicatos de diversas categorias ligados à Central Única dos Trabalhadores(CUT), além de movimentos sociais organizados, será deflagrado na Assembleia Legislativa do Estado(Alesp), a partir das 14h.
O congelamento dos aportes públicos está previsto no projeto de Lei nº 920/2017, enviado por Alckmin à Alesp no último dia 05/10. A matéria determina que o Estado deixe de fazer investimentos no Estado sob a alegação da indisponibilidade de recursos em consequência da crise econômica que assola o Brasil. O argumento sobre tal falta de recursos, no entanto, esbarra em fatos concretos já apurados pelo SIFUSPESP.
Conforme demonstrado em matéria divulgada pelo site do sindicato no início de outubro, disponível neste link, o Estado de São Paulo têm passado ao largo desta crise, com uma queda ínfima em sua arrecadação de impostos entre 2016 e 2017, diante de um orçamento gigantesco, que supera os R$200 bilhões anuais, e que só perdeu mais recursos devido ao pacote de desonerações fiscais aprovadas por Alckmin em favor de grandes empresas.
De acordo com a CUT-SP, é sintomático em São Paulo o avanço do sucateamento dos serviços públicos enquanto política de Estado, o que pode esconder uma opção clara do governador por um pacote de privatizações em um futuro próximo.
Por outro lado, a medida expõe uma escolha por um viés econômico alinhado ao do governo Michel Temer, que já determinou o congelamento dos investimentos públicos pelos próximos 20 anos, através da Proposta de Emenda Constitucional(PEC) 241, aprovada pelo Congresso em dezembro de 2016.
Na opinião do presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, a medida adotada pelo governador tucano vai aprofundar o arrocho salarial já sentido pelo funcionalismo paulista, que agora será expressa na forma de lei, “o que torna a situação ainda mais grave”.
Para o presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, os servidores do sistema prisional, que já vêm sofrendo com os baixos salários nos últimos anos, precisam mais do que nunca se unir nessa luta para garantir que seus direitos e sua dignidade não sejam mais rebaixados do que já estão.
“Em um cenário de inflação, desemprego e crise econômica, não pode o governo deixar de investir na qualidade dos serviços públicos e na carreira dos servidores, que já estão com a corda no pescoço. Devemos exigir a continuidade dos repasses dos recursos e no reajuste salarial, que tanto nos tem feito falta nesses três anos”, ressaltou.
O SIFUSPESP convoca a categoria a integrar esse ato do funcionalismo público amanhã, a partir das 14h, na Alesp. O prédio da Assembleia fica na avenida Pedro Álvares Cabral, nº 201, em frente ao Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
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