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Ataque aconteceu após servidores tentarem impedir detentos de recolher mochilas com material ilícito jogadas em área próxima da unidade. SIFUSPESP já havia denunciado grande frequência de arremessos na semana passada, e agora exige que a SAP adote postura firme para punir criminosos responsáveis pelos atentados e evite ação de ninjas

 

por Giovanni Giocondo

Em mais um episódio violento envolvendo detentos que cumprem pena no Centro de Progressão Penitenciária(CPP) de Mongaguá, no litoral paulista, três policiais penais foram agredidos de forma covarde e ficaram feridos quando tentavam impedir alguns dos sentenciados de recolher duas mochilas arremessadas por ninjas para uma área próxima à unidade. Um outro servidor foi atacado ao fazer a contagem dos detentos. O caso aconteceu no início da noite desta sexta-feira(19).

Quando a sirene de alerta foi acionada para apontar para a possível tentativa de invasão dos ninjas, seis sentenciados quebraram a janela de um dos pavilhões para ter acesso a esse local onde estavam as bolsas. Os policiais penais conseguiram bloquear a pretensão dos detentos, levando-os de volta aos pavilhões, e apreenderam as mochilas.

No entanto, ao retornar para essa movimentação, foram surpreendidos com inúmeros ataques. Um servidor que trabalha no canil do CPP chegou a cair no chão e continuou a receber golpes na cabeça. Ao ver a situação fugir do controle, o diretor de disciplina e o diretor de núcleo intervieram, mas também foram agredidos com socos e chutes.

Um deles fraturou um dedo, enquanto o outro recebeu um soco no rosto e ficou com um hematoma no olho. Mais um policial penal, que atua na carceragem e que estava fazendo o procedimento de contagem dos sentenciados também foi agredido, mas não sofreu ferimentos graves.

Todos os quatro policiais penais agredidos foram encaminhados para atendimento médico no Hospital Vera Cruz, e felizmente não correm riscos. Eles também fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal(IML).

Enquanto isso, a unidade está sob forte tensão, sob altíssimo risco, e sem que o Grupo de Intervenção Rápida(GIR) tenha sido acionado, tampouco a diretoria-geral tenha ordenado a transferência imediata dos presos envolvidos. Apesar dessa ocorrência gravíssima, as visitas dos familiares aos reeducandos deve acontecer normalmente neste final de semana.

 

Há uma semana, SIFUSPESP já havia denunciado epidemia de arremessos

O SIFUSPESP já havia denunciado, no dia 12 de novembro, que o CPP vive uma verdadeira epidemia de arremessos de drogas e celulares. Confira a matéria neste link. No estabelecimento penal,  vinham se desenhando as ameaças dos sentenciados contra os policiais penais que “ousavam” impedi-los de chegar até as mochilas. O quadro piorou, e o que antes estava no campo da guerra fria passou para a batalha campal.

Agora, o sindicato constata em definitivo que a unidade do semiaberto apresenta uma conjuntura insuportável para os servidores. Mais do que nunca, eles têm medo de trabalhar por não contarem com respaldo da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP).

Por essa razão, o SIFUSPESP quer que a pasta adote medidas urgentes para sanar o problema, levando policiais penais de escolta e vigilância para atuarem no CPP e protegerem as muralhas; montando uma equipe permanente do GIR dentro da unidade para efetuar as blitze. O sindicato já havia solicitado à SAP que reforçasse a segurança do local, mas não foi atendido.

O SIFUSPESP também quer que os agressores sejam transferidos e regridam de regime, para dar um recado claro de que o Estado está presente e não aceita ser refém da criminalidade. Os policiais penais agredidos contam com todo o apoio do sindicato, caso eventualmente necessitem de auxílio jurídico e também para cuidar de sua saúde.

O CPP está superlotado. Dados da SAP mostram que apesar de ter capacidade para 1.640 presos, a unidade abriga atualmente 2.456 sentenciados. Com poucos funcionários à disposição, fica cada vez mais dramático o caos que assombra o estabelecimento penal, onde os policiais penais vivem com medo de serem as próximas vítimas.

Suspeito foi detido por policiais penais que faziam ronda no entorno da unidade na madrugada desta sexta-feira(19)

 

por Giovanni Giocondo

Um homem foi detido em flagrante por policiais penais após bater com seu carro inúmeras vezes contra o portão do Complexo Penitenciário de Hortolândia, no interior paulista. O motorista estava embriagado, e foi encaminhado ao distrito policial do município, onde permanece preso. Ninguém ficou ferido, mas a estrutura da unidade foi danificada.

A ocorrência foi registrada na madrugada desta sexta-feira(19), quando os servidores faziam a ronda no entorno da unidade prisional. Ao se depararem com a situação de risco para a segurança do estabelecimento penal e frente à agressividade do motorista, os policiais penais foram obrigados a intervir e contê-lo.

De acordo com o boletim de ocorrência, ao fazer o teste do bafômetro, o motorista apresentava quantidade de álcool no sangue três vezes superior ao permitido por lei. Dirigir embriagado é crime previsto no Código de Trânsito, sujeito a pena de seis meses a três anos de detenção, além da perda do direito de dirigir e multa de R$1.915,00.

Somente em 2021, o sindicato registrou dez ataques nessas unidades prisionais, sendo cinco deles na Penitenciária I de Presidente Bernardes. Inércia da SAP em tratar casos como “isolados” preocupa o sindicato, que tem dialogado com servidores para tentar entender origem do aumento das ocorrências. De acordo com depoimentos de funcionários à TV Fronteira, presos agridem policiais para forçar transferências por terem dívidas com outros detentos 

 

por Giovanni Giocondo

Denúncias do SIFUSPESP sobre o aumento do número de agressões contra policiais penais nas unidades prisionais da região oeste do Estado de São Paulo ganharam destaque no telejornal da TV Fronteira, afiliada da Rede Globo.

Na reportagem, disponível neste link e que foi ao ar nesta quinta-feira(18), no Fronteira Notícias, dois servidores fazem ao jornalista depoimentos sobre o medo constante que têm tido de ser atacados durante o expediente de trabalho. Citam por exemplo o aumento da angústia e do estresse por não saberem se podem ser o próximo alvo assim que entram no estabelecimento penal.

De acordo com esses servidores, os detentos promovem as agressões contra qualquer policial penal, de forma aleatória, porque possuem dívidas com outros presos e correm risco de morte caso não as paguem.

Como as normas internas da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) determinam a transferência imediata do sentenciado que agredir um funcionário para outra unidade - e os presos têm consciência de que serão “salvos” com a mudança - o ataque acaba se consumando e quem sofre é o policial penal.

Diretor de Saúde do SIFUSPESP, Apolinário Vieira falou à TV Fronteira sobre o aumento do número de casos de agressões na região oeste.

O sindicalista esclareceu que representantes da entidade estiveram nas penitenciárias onde foram registrados ataques em 2021, para conversar com os diretores dessas unidades e com os policiais penais e tentar entender o porquê do fenômeno.

Por outro lado, Apolinário Vieira demonstrou a grande preocupação do SIFUSPESP com a inércia com que a SAP tem tratado dos casos. Em resposta à reportagem, a pasta taxa as ocorrências como “casos isolados”.

Para fazer um levantamento extraoficial sobre os números reais de agressões, a TV Fronteira utilizou notícias sobre ataques contra servidores publicadas no site do SIFUSPESP.

De acordo com esses números, somente em 2021 foram registrados 10 atentados na região oeste, sendo metade deles na Penitenciária I de Presidente Bernardes, dentro de um intervalo de dois meses, entre agosto e setembro deste ano. Os outros aconteceram na Penitenciária de Osvaldo Cruz, Pacaembu, na Penitenciária I de Mirandópolis, na Penitenciária Feminina  de Guariba e na Penitenciária de Dracena.

 

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