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Por Flaviana Serafim

Chega a 40 o total de servidores penitenciários que morreram vítimas do coronavírus desde o primeiro contágio confirmado entre os trabalhadores do sistema prisional, em 19 de março de 2020, segundo levantamento do SIFUSPESP. 

O mês mais crítico foi maio passado, quando 12 trabalhadores penitenciários morreram. Após o pico do início da pandemia, quando as unidades prisionais sequer tinham insumos de higiene e limpeza, houve queda nas mortes até outubro, mas aumentou desde dezembro - 36 servidores penitenciários perderam a vida para a Covid-19 em 2020. 

Neste início de 2021, já foram quatro mortes em menos de um mês, entre os dias 19 de janeiro a 8 de fevereiro, quando faleceram os policiais penais: Marcelo Eiras em 19/01 (Penitenciária I de Tremembé); José Donizeti Cristovam em 4/2 (Centro de Progressão Penitenciária de Hortolândia); Jonatas Dutra da Silva em 5/2 (Centro de Detenção Provisória de Riolândia); e Evandro Marcio Rissato neste 8 de fevereiro (Penitenciária de Flórida Paulista).  

Para a direção do SIFUSPESP, não por acaso o aumento das mortes de servidores coincide com a liberação das visitas às unidades, retomadas em 7 de novembro pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Desde então, várias regiões do estado regrediram nas fases do Plano São Paulo de enfrentamento à pandemia criado pelo governo João Doria (SAP), mas as visitas presenciais continuam liberadas no sistema prisional. 

“Prevenção sempre porque a pandemia não acabou, somos categoria essencial e estamos expostos junto com nossas famílias”, recorda Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do SIFUSPESP. “Mas a categoria e o sindicato têm feito de tudo, o que está faltando é atitude do governo estadual, que é covarde de não travar a visitação. Temos um grave déficit de servidores, temos que trabalhar por dez e o governo nos trata como números”, crítica. Na tarde desta quarta-feira (9), o sindicalista comentou a situação em vídeo (assista no final do texto).

Além da suspensão das visitas presenciais, o sindicato destaca a importância da prevenção e reivindica prioridade aos servidores penitenciários na imunização contra a Covid-19, pois a pandemia agravou o quadro já insalubre e propenso a doenças como o do sistema carcerário.

A luta por prioridade dos servidores do sistema prisional na vacinação é em parceria com a Federação Nacional Sindical da Polícia Penal e acaba de ser recomendada à secretaria de Administração Penitenciária e de Saúde do país pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Departamento Penitenciário Nacional (veja a íntegra da resolução). Deputados estaduais e federais se somam e apresentaram indicação ao Ministério da Saúde. 

Contágio triplicou em oito meses

De 7 de julho de 2020 a 8 de fevereiro deste ano, o contágio entre os servidores aumentou de 624 casos (confirmados por testes rápidos e exame PCR) para 2.562, um crescimento de 310%. 

Porém o sindicato ressalta que o total de trabalhadores infectados é ainda maior, pois a  SAP passou a contabilizar as informações apenas na metade do ano passado. Pela apuração do SIFUSPESP, há mais de 250 casos de trabalhadores infectados que não foram contabilizados pela Administração Penitenciária. 

Na população carcerária, são 11.840 infectados de julho passado até este 8 de fevereiro, com 35 mortes segundo dados da SAP. 

 

 

Por Flaviana Serafim

O afastamento dos servidores do grupo de risco do coronavírus no sistema prisional está prorrogado até o próximo dia 7 de março. 

A resolução de renovação foi publicada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) no Diário Oficial desta terça-feira (9). 

Como o período de afastamento anterior terminou domingo (7) e não há Diário Oficial às segundas-feiras, a renovação é válida desde 8 de fevereiro. 

Confira a íntegra:

Com pesar profundo, o SIFUSPESP informa o falecimento do policial penal Evandro Márcio Rissato, da Penitenciária de Flórida Paulista, que morreu na noite desta segunda-feira (8). Ele estava afastado com coronavírus desde o início do mês, mas o quadro de saúde piorou, ele foi internado domingo (7) na Santa Casa de Adamantina, seguiu para a UTI neste 8 de fevereiro e não resistiu, falecendo por volta das 20h de parada respiratória. 

Do turno II diurno, Rissato era solteiro, natural de Lucélia, residente em Adamantina e estava há dez anos lotado na Penitenciária de Flórida Paulista. Iniciou sua trajetória de trabalho no sistema prisional no Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes. 

O policial penal é o 40º servidor do sistema prisional paulista a morrer de Covid-19, sendo que as quatro mortes de 2021 aconteceram em menos de um mês, desde 19 de janeiro, coincidindo com a segunda onda de aumento de contágio do vírus. 

A unidade de Flórida Paulista tem outros cinco servidores afastados com coronavírus, e como o sindicato tem denunciado, lamentavelmente o contágio aumenta, mas as visitas continuam liberadas pelo governo estadual e pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). 

Aos familiares, parentes e amigos de Rissato, a direção do SIFUSPESP expressa condolências, e está à disposição para prestar apoio no que for necessário. 

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