Marc Souza

Agente penitenciário, escritor e Diretor do Sifuspesp
compartilhe>

 

Dia 1º de maio comemoramos o dia do Trabalho, mas você sabe por que comemoramos esta data?

A história do dia do Trabalho começou nos Estados Unidos no dia 1º de maio de 1886, quando trabalhadores americanos fizeram uma greve geral pelo país, reivindicando melhores condições de trabalho e diminuição na extenuante jornadas de trabalho a que estavam sujeitos, que podiam chegar a até 17 horas.

Neste mesmo dia em Chicago, milhares de trabalhadores saíram às ruas da cidade para protestar, protesto este que durou alguns dias.

Porém a repressão a estes trabalhadores foi dura, com prisões, pessoas feridas e mortas no confronto entre trabalhadores e polícia.

Diante disso o movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores europeus também decidiram parar em protesto.

Três anos depois, em 1889, trabalhadores franceses decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores de Chicago.

Assim, em memória dos mártires de Chicago, e, principalmente para destacar a importância deste fatídico dia na história dos trabalhadores na luta por seus direitos, foi instituído o dia 1º de maio como o Dia Mundial do Trabalhador.

Apesar da luta destes trabalhadores, nos Estados Unidos, a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias só foi efetivada quatro anos depois, em 1890. Já a França decretou 1º de maio como feriado nacional, mas reduziu a jornada de trabalho para 8 horas diárias apenas em 23 de abril de 1919, atitude que foi seguida por diversos países.

No Brasil, as primeiras manifestações trabalhistas ocorreram em 1891 em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Com o passar dos anos, a partir da influência de imigrantes europeus, os trabalhadores passaram a se reunir por todo país no dia 1º de maio, realizando discursos, apresentações musicais, passeatas e outras atividades.

Em decorrência do Movimento Operário, em 1917, cerca de 50 mil pessoas paralisaram o trabalho em São Paulo, uma iniciativa que passou a ser prática comum no dia 1º de maio.

Em 1924, o então presidente Arthur da Silva Bernardes oficializou a data como feriado nacional.

A partir daí, o dia 1º de maio passou a ser uma data voltada para ações em prol dos trabalhadores, fato é que a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Lei sobre o Salário Mínimo, onde o salário deve ser reajustado anualmente, com intuito de suprir as necessidades básicas do cidadão brasileiro (alimentação, moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social) e a criação da Justiça do Trabalho, voltada especificamente para resolver questões judiciais com relação aos trabalhos e aos direitos dos trabalhadores, passaram a vigorar nesta data.

Além do Brasil, cerca de 80 países comemoram esta data, porém os Estados Unidos, país onde ela foi inspirada, não reconhece o dia 1º de maio como dia do Trabalhador, mas sim na primeira segunda-feira do mês de setembro. Para alguns, tal mudança deu-se para que a data não fosse lembrada de maneira triste devido às pessoas que morreram em maio de 1886 em Chicago. Mas para outros, aconteceu para afastar a associação da celebração com o movimento da esquerda, que propulsionou as lutas sindicais no país.