Ser uma das profissões mais antigas do mundo, a segunda mais perigosa e uma das mais injustiçadas e desconhecidas, esta é a sina do agente de segurança penitenciária.
Ser agente de segurança penitenciária é como fazer parte de uma sociedade secreta. Muitos acham que conhecem, mas poucos sabem, de fato, o que é ser.
Quando se fala em agentes de segurança penitenciária o que vem à mente da população em geral, são brutamontes sádicos, sedentos por sangue, adeptos da imposição através da violência. Pessoas desonestas e corruptas acostumadas a se vender em troca de favores.
Pura ignorância.
Visão totalmente equivocada, vendida pelos produtores de cinema e séries ou escritores, que fazem histórias com o intuito de entreter e não informar. Visão distorcida da realidade que infelizmente povoa a imaginação popular.
Afinal, ser agente penitenciário não é uma coisa pública. Não é uma profissão exercida aos olhos da sociedade. O agente penitenciário não é filmado nos seus afazeres diários. Não é acompanhado por qualquer um queira. E, apesar de fazer um serviço essencial e necessário para a sociedade ele não trabalha aos olhos de todos.
O agente penitenciário realiza um trabalho árduo, difícil, duro. Um trabalho perigoso, no entanto, as grandes muralhas que os cercam, tiram qualquer publicidade. Ninguém acompanha o seu trabalho.
Desde os tempos primórdios, onde, ainda carcereiro, o agente penitenciário cuidava dos réus a espera de julgamento, julgamento este, que impunha sentenças físicas aos condenados - açoitamento, amputação, banimento, morte - seu dia a dia é ignorado, quando não, inventado pela imaginação popular criando grandes vilões e nunca mocinhos, o que, de fato são.
Desde o tempo primórdios os agentes penitenciários lidam com a escória, pessoas perigosas, assassinos, estupradores, ladrões, etc., lidam com tudo o que a sociedade insiste em ignorar e, quando não dá para ignorar, esconder.
Desde os tempos primórdios os agentes penitenciários trabalham em locais totalmente insalubres, convivendo com a superpopulação carcerária, a falta de assistência do estado, e estando sujeito a toda e qualquer tipo de doença física e psicológica.
Estes são os agentes penitenciários!
Pessoas que realizam um trabalho silencioso atrás das grandes muralhas de concreto que muitos insistem em ignorar. Pessoas que sem segurança alguma, fazem milagres para assegurar a segurança da sociedade em que vivem.
Profissionais que, mesmo ameaçados dentro e fora do trabalho não se acovardam e lutam com todas as forças em busca do bem comum.
Um profissional que apanha, é humilhado, ignorado e assassinado pelo crime organizado, mas, que cumpre a sua missão.
Homens e mulheres corajosos que, mesmo com os baixos salários, o deficit funcional, a superpopulação carcerária e todas situações adversas, não desistem jamais, realizando seu trabalho da melhor maneira possível. Pessoas que mesmo doentes, dão a vida, para o bem comum, e, mesmo ignorados pela sociedade, mesmo estereotipados pelo desconhecimento social, não exitam em fazer do lugar em que vivem um mundo melhor. Mesmo que ninguém os perceba. Mesmo que insistam em os ignorar.
Ser Agente de Segurança Penitenciaria não é fácil. No estado de São Paulo esta tarefa é pior ainda. Em condições normais, a categoria dos ASPs, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é a segunda profissão mais perigosa do mundo, agora no estado de São Paulo...
Note-se que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho Nacional de Política Criminal (CNPCP) estimam que a proporção ideal entre agentes penitenciários e presos seria de um agente para cada cinco presos. No estado de São Paulo a média de Agentes de Segurança Penitenciária por preso é de um agente para cada dez presos, ou seja, cada agente cuida do dobro de presos dos quais deveria cuidar em uma situação ideal.
Se em uma situação ideal a carreira se torna a segunda profissão mais perigosa do mundo, imagina nesta situação vivida pelos profissionais do estado de São Paulo.
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