Geraldo Arruda, Coordenador Regional Adjunto de Sorocaba do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo - SIFUSPESP - concedeu uma entrevista onde apontou as principais dificuldades de sua região, as conquistas que o sindicato vem alcançando a cada dia, além de contar um pouco de sua experiência durante os 15 anos em que trabalha como ASP.
Durante a conversa, Geraldo se mostrou otimista com as realizações do sindicato em benefício da categoria e afirmou que as reivindicações seriam atendidas com muito mais agilidade caso houvesse maior apoio para as 11 unidades prisionais da região de Sorocaba.
Confira a entrevista:
1) Geraldo, há quanto tempo você trabalha como ASP?
Geraldo Arruda: Há 15 anos, desde 20 de outubro de 1998.
2) Você foi eleito Coordenador Regional Adjunto de Sorocaba. Como você avalia o trabalho que o sindicato vem fazendo na regional?
Geraldo Arruda: Existe muita dificuldade para trabalhar porque temos muitos plantões, por isso a falta de tempo dificulta as visitas nas 11 unidades da região. O nosso papel é a reaproximação com a categoria, e nós conseguimos isso através das visitas nos presídios mas é complicado realizar isso pela falta de veículos, tempo e diretores. Nossa regional tem apenas dois diretores. Mas mesmo com as dificuldades o trabalho está sendo feito e já podemos ver os resultados, já que cada vez mais os agentes estão vindo atrás de nós em busca de ajuda.
3) Quais são as principais dificuldades que você enfrenta como sindicalista na região?
Geraldo Arruda: A falta do respaldo dos políticos da região. Eu venho visitando vereadores e deputados da região, mas não existe apoio. Existem muitas denúncias nas unidades só que por falta de apoio, nós demoramos para ter o resultado, além da demora para levar as reivindicações para a categoria. São 11 unidades em nossa região, e no próximo ano esse número subirá para 14, então precisamos de apoio para conseguir atender o maior número de reivindicações possível. Tem unidade que chega a ter 130 km de distância e sem veículo fica difícil de visitar cada uma delas com frequência.
4) Muita gente não conhece a rotina de um sindicalista. Como você consegue aliar o seu trabalho em unidade prisional ao seu trabalho sindical? Qual é a sua rotina?
Geraldo Arruda: Ainda bem que não tenho família. Saio do sindicato às 17h para estar no presídio às 17h30 quando tenho plantão. Chego em casa às 7h30, tenho uma hora para me arrumar e vou às 8h30 para o sindicato e saio às 19h quando não tenho plantão. Eu fico até às 19h, depois do horário, para atender algumas pessoas que não conseguem chegar mais cedo. Ou seja, minha vida se resume ao sindicato e a unidade.
5) O que atraiu você para o trabalho sindical?
Geraldo Arruda: Tem que ser meio louco. Mas a vontade de ajudar e acreditar que o trabalho prisional pode melhorar é que me trouxeram para o sindicato. Eu acredito que podemos mudar as condições de trabalho. É complicado, mas podemos mudar.
6) O que você aponta como conquistas nesse tempo em que você está como Coordenador Adjunto do SIFUSPESP?
Geraldo Arruda: As visitas nas unidades e a reaproximação com os agentes. As pessoas estão voltando a acreditar no sindicato, o papel de reaproximação está acontecendo. Além disso, outra conquista foi conseguir levar um ônibus fretado daqui de Sorocaba até São Paulo, no ato do dia 6 de setembro. Essas coisas são grandes conquistas que nós temos conseguido.
7) Como você avalia o governo estadual?
Geraldo Arruda: Omisso. Um governo que não tem uma perspectiva de melhora para o sistema prisional. Outra palavra seria insensível. Mas apesar das dificuldades o trabalho está sendo feito.
8) Para finalizar, comente sobre a importância do sindicato para a categoria.
Geraldo Arruda: O sindicato é o único instrumento que de fato pode auxiliar os trabalhadores. Além disso, ele ajuda a organizar a categoria e a juntar o máximo de reivindicações para serem resolvidas.
