Dia 1 de abril o SIFUSPESP alertou sobre para o elevado número de aposentadorias entre janeiro e março deste ano foram 536 aposentadorias em apenas 87 dias.
Ontem foi publicada no Diário Oficial uma lista com mais 45 aposentadorias, sendo 38 somente na área de segurança, ou seja, foram pelo menos 574 Policiais Penais a menos em 91 dias.
Mantendo-se essa média serão mais de 2300 Policiais Penais a menos até o final do ano, somente por aposentadorias.
Se somarmos com o déficit atual a SAP terminará o ano com mais de cinco mil Policiais Penais a menos que no início do Governo Tarcísio, visto que o concurso para 1100 vagas previsto para ser lançado após a aprovação da Polícia Penal só vai resultar em mais efetivo nas unidades daqui a mais de um ano.
População carcerária tende a aumentar
Enquanto sucateia o sistema prisional o governo endureceu sua política de segurança pública, articula com outros governadores do sul e sudeste o endurecimento da legislação penal, principalmente a Lei de drogas, se tiver exito vai acarretar um crescimento da população carcerária e a quantidade de detentos a serem vigiados por um número cada vez mais reduzido de Policiais Penais, em unidades cada vez mais precárias o que certamente reduzirá a segurança das unidades, arriscando cada vez mais a vida dos policiais e a segurança da sociedade.
Política penitenciária na contramão da de Segurança pública
Se pensarmos nos objetivos traçados pelo governo para a segurança pública veremos que os mesmos vão na direção contrária da política prisional.
Por um lado o Governo Tarcísio apoia o endurecimento do Código Penal e da LEP, com medidas que visam dificultar o acesso ao regime semiaberto e aumentar o encarceramento. Por outro, a SAP transforma cada vez mais unidades de regime fechado em unidades de semiaberto, ou seja, se as medidas defendidas pelo governo forem bem sucedidas, a superlotação vai piorar nas unidades de regime fechado.
Outra meta de segurança pública declarada pelo governo é o combate ao crime organizado. Como todos que conhecem o Sistema Prisional sabem, foi a piora nas condições das unidades que criou as condições para o florescimento do PCC, quanto menos Policiais Penais temos, mais aumenta o controle da facção sobre a população carcerária, população esta que um dia vai voltar às ruas e fortalecer ainda mais o crime organizado que o Governo diz combater.
Logo após os transtornos criados pela imposição de uso do aplicativo SOU.GOV.SP para realizar o recadastramento dos servidores da ativa, agora é o IAMSPE que vem forçando os servidores a utilizar reconhecimento facial para gozar de seus direitos.
O Instituto decidiu desativar o aplicativo antigo e só permitir o uso de uma nova versão, que além de obrigar o servidor a realizar o reconhecimento facial pela plataforma GOV.BR, ainda apresenta erros tanto na autenticação quanto em relação aos dependentes.
Segundo reclamações enviadas ao SIFUSPESP, vários servidores que foram obrigados a fazer a migração para o novo aplicativo não visualizam seus dependentes, o que inviabiliza a marcação de consultas ou exames para os mesmos.
Segundo as reclamações o atendimento telefônico não funciona
Como o novo aplicativo é obrigatório e o antigo foi desativado, gerou-se mais uma dificuldade para os servidores conseguirem atendimento pelo Instituto.
O IAMSPE vem sofrendo com a redução de hospitais e médicos desde o governo passado e a atual direção vem buscando reduzir o espaço da CCM como fiscalizadora e representante dos servidores o que na opinião de Apolinário Leite Diretor de Saúde do SIFUSPESP só agrava a situação : “A atual direção não atende as demandas dos membros da CCM, o Governo não contribuir com a sua parte no custeio, agora implantam um aplicativo com falhas”
O Novo aplicativo deve ser baixado na APP Store para aparelhos da Apple ou na Play Store para aparelhos Android
O LINK da APP Store :
https://apps.apple.com/br/app/iamspe-digital/id1632675229
O LINK da Play Store :
https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.saudecontrole.iamspe
Para usar o aplicativo você deve instalar e se autenticar no APP GOV.BR.
Logo após a divulgação dos dados da SENAPPEN com o dado assustador de que a SAP perdeu 2549 Policiais Penais em um ano (31/12/2022 a 31/12/2023), um levantamento inédito do SIFUSPESP baseado nas aposentadorias publicadas, mostra que entre 01/01 e 28/03 de 2024 se aposentaram 536 Policiais Penais, sendo 402 ASPs e 134 AEVPs.
Como acreditar nos “desmentidos” da SAP, que falam que não existe déficit funcional nas unidades, que todos os equipamentos estão perfeitos e que a estrutura das unidades é bem conservada, quando além dos números que são públicos, vivemos essa dura realidade em nosso dia a dia.
Uma liderança verdadeira assume as falhas e tenta corrigir os problemas
Falar a verdade, assumir erros e apontar soluções são considerados por especialistas como as melhores ações para garantir o direito à informação e proteger uma organização contra o descrédito da sociedade.
Tentar enganar a imprensa com desmentidos padronizados ou acusar de inverdades quem faz uma denúncia embasada, leva ao risco de descrédito de desmoralização da organização e do gestor que adota esse caminho.As informações verdadeiras vão surgir e a organização corre o risco de ser desmentida e perder credibilidade junto à sociedade.
Estas são algumas das premissas básicas de gerenciamento de crises na área de relações públicas.
Frequentemente vemos a SAP respondendo a questionamentos sobre déficit funcional e problemas nas unidades com respostas padronizadas e facilmente desmentidas, tanto por testemunhos, quanto por dados de visibilidade pública.
Como negar os problemas de manutenção das unidades quando o próprio Ministério Público de Contas aponta a falta de AVCB na maioria das unidades e o MP processa e consegue a condenação do Estado por isso?
Como dizer que um concurso sem data para ser lançado com 1100 vagas resolverá o déficit, quando em um ano e três meses perdemos mais de três mil policiais penais?
Como acreditar em uma direção que afirma que os Policiais Penais são treinados e habilitados a operar o Scanner corporal quando sabemos a realidade das unidades?
Intimidação e censura não calam a verdade
Uma característica das ditaduras quando se enfraquecem e não conseguem conter a insatisfação é censurar a verdade e intimidar quem denuncia os problemas.
Na administração pública ocorre a mesma coisa, frente a incapacidade de dar respostas concretas e resolver os problemas o mau gestor parte para o assédio e a intimidação, tentam impedir que a verdade apareça como forma de se manter no poder. Mesmo que não tenham a capacidade para isso.
Nosso papel é denunciar e buscar soluções
O SIFUSPESP foi a primeira entidade a denunciar o surgimento do PCC, na época o governo desmentiu, apenas para dentro de poucos anos ver o estado mergulhado em violência com as rebeliões e ataques de 2006.
Novamente estamos denunciando o sucateamento do quadro funcional e o declínio das condições de trabalho.Entramos com ações na justiça e trabalhamos para mobilizar a categoria, antes que o pior aconteça.
Em resposta, o Governo Tarcísio na figura do Secretário da SAP, além de negar a verdade, proíbe o sindicato de entrar nas carceragens e persegue os dirigentes sindicais, será que com isso esperam evitar o caos que se anuncia?
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